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Capital

Motorista de Porsche que matou motoentregador tem CNH suspensa

Arthur Torres Rodrigues Navarro também foi proibido de deixar a comarca sem autorização judicial

Por Geniffer Valeriano | 06/08/2024 14:59
Arthur Torres Rodrigues Navarro está sendo investigado por homicídio culposo e evasão (Foto: Redes Sociais)
Arthur Torres Rodrigues Navarro está sendo investigado por homicídio culposo e evasão (Foto: Redes Sociais)

Tribunal de Justiça da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, determinou a suspensão da habilitação de Arthur Torres Rodrigues Navarro. A decisão foi tomada dois meses após o pedido de medidas cautelares serem realizado pela titular da 3ª Delegacia de Polícia, Priscilla Anuda.

O empresário está respondendo ao processo pela morte do motoentregador Hudson de Oliveira Ferreira, em acidente ocorrido em março deste ano, na Rua Antônio Maria Coelho. Laudo pericial aponta que o Porsche conduzido por Arthur a estava a 89,4 km/h, quando o motociclista foi atingido.

Em maio, a delegada responsável pela investigação do acidente pediu à justiça medidas cautelares diversas de prisão. Entre as medidas, foi solicitado a suspensão preventiva da habilitação, proibição de acesso a bares e casas noturnas e proibição de deixar a comarca.

Recorrendo ao pedido, a defesa de Arthur argumentou que a vítima invadiu de forma inesperada a faixa que o empresário trafegava. Ainda foi dito que o réu desviou de uma colisão frontal e não percebeu que havia colidido com o motoentregador.

Também foi afirmado que o motorista do Porsche não fugiu do local, e não coloca em risco a ordem pública ou a instrução penal. A defesa ainda alegou que Arthur necessita da carteira de habilitação para poder dirigir para sua esposa, que está grávida de 19 semanas, e para trabalhar.

O Porsche Cayenne, avaliado em R$ 1 milhão, conduzido pelo empresário, no pátio da delegacia (Foto: Arquivo/Alex Machado)
O Porsche Cayenne, avaliado em R$ 1 milhão, conduzido pelo empresário, no pátio da delegacia (Foto: Arquivo/Alex Machado)

A juíza de direito, Eucelia Moreira Cassal, justificou o deferimento das medidas cautelares como forma de evitar a prática de novas infrações penais. A decisão da suspensão da carteira de habilitação foi tomada levando em consideração que o acidente não é um fato isolado, já que Arthur já foi réu em outro processo de acidente de trânsito em 2014.

“Ainda, as condutas praticadas pelo acusado após o evento demonstram a insurgência do investigado frente às normas aplicáveis ao caso - não buscou de imediato apresentar-se como envolvido na colisão,como também levou o veículo, instrumento do delito, para conserto - , o que faz necessária a proibição do investigado deixar a comarca sem autorização judicial, para a aplicação da lei penal”, diz trecho da decisão.

Com a suspensão da habilitação de Arthur, a juíza entendeu não ser necessária a medida cautelar que proibiria o empresário de frequentar bares e casas noturnas. “Resta superada com a suspensão da habilitação para a condução de veículo, já que sem a condução, não há risco de envolvimento em novos delitos de trânsito”, justificou.

A suspensão da CNH e a proibição de frequentar bares e casas noturnas, inicialmente, valerá por seis meses. Após esse período, ou antes, será realizada uma nova análise para verificar a necessidade da prorrogação ou retirada das medidas cautelares.

O Campo Grande News procurou a defesa de Arthur Navarro e aguarda um retorno.

O caso - Na noite de 22 de março, Hudson tinha acabado de fazer entrega em um prédio, quando foi atingido pelo Porsche de Arthur. Ainda conseguiu mandar áudio para a esposa, pedindo socorro. “Vem ligeiro, vida. Acabou com minha perna, acabou”.

O motoentregador foi encaminhado à Santa Casa, às 21h10, com fratura exposta de tíbia, lesões extensas, sangramento ativo, choque hipovolêmico e hemorrágico. Morreu no dia 24 de março, à 1h10, aos 39 anos.

Arthur Torres Rodrigues Navarro só se apresentou à polícia no dia 5 de abril e disse que não percebeu o que havia ocorrido. Ele foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção) e evasão do local sem prestar socorro.

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