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Capital

Na Assembleia, pais de jovens mortos dizem que não adianta fechar fronteira

Francisco Júnior e Fabiano Arruda | 04/09/2012 11:56
Rubens Silvestrini e Paulo Fernandes disseram que a solução para a criminalidade é a educação. (Foto: Wagner Guimarães/ALMS)
Rubens Silvestrini e Paulo Fernandes disseram que a solução para a criminalidade é a educação. (Foto: Wagner Guimarães/ALMS)
Breno e Leonardo foram mortos com tiros na cabeça. (Foto: Reprodução Facebook)
Breno e Leonardo foram mortos com tiros na cabeça. (Foto: Reprodução Facebook)

Os pais de Breno Luigi Silvestrini, de 18 anos, e Leonardo Batista Fernandes, de 19 anos, assassinados com tiros na cabeça, em Campo Grande, ocuparam a tribuna da Assembleia Legislativa nessa manhã (4) e falaram aos deputados sobre a dor de perder um filho.

Rubens Silvestrini, pai de Breno, e Paulo Fernandes, pai de Leonardo, foram convidados pelo deputado Rinaldo Modesto (PSDB). Em um discurso homogêneo, os dois afirmaram que a solução para diminuição da criminalidade é a educação.

“A educação não é função do professor, que ultimamente tem apanhado na escolas, são os pais que devem ensinar sobre o respeito”, afirmou Rubens.

Ele, que é professor universitário, teme que a morte do seu filho caia no esquecimento e pediu ações enérgicas para o combate a crimes sejam concretizadas.

Para ele, não adianta fechar a fronteira com a Bolívia, para onde o carro em que os dois universitários estavam seria levado pelo assassinos, ou reforçar a segurança, “se a Polícia não sabe onde fica o ninho dos bandidos”.

Muito abalado, disse que lamenta ficar velho e não poder ver que o filho se tornou um bom cidadão. Ele lembrou a primeira vez que esteve na Casa de Leis, quando foi convidado para participar de um debate sobre usinas no Pantanal. “Há seis anos estava aqui para falar sobre usina. Nunca imaginaria que estaria em frente das câmeras para falar sobre criminalidade”, desabafou.

Para ele, os bandidos que mataram seu filho vão sair da cadeia pior do que entraram. “Quem não sabe que quando tiver 28 anos vai estar na rua? Vai sair bem pior que entrou, já que vai passar pela faculdade do crime”, disse fazendo menção a cadeia.

Já Paulo, ao ocupar a palavra, não conteve as lágrimas e emocionou alguns deputados e funcionários da Assembleia. Com dificuldades para falar, ele relatou um pouco do momento de sofrimento que vem passando.

Contou que Leonardo era bom filho e que nunca havia o enfrentado. Lembrou que o filho tinha tirado a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) três dias antes de ser morto e que ele estava faceiro para dirigir. Disse ainda que não se conforma em olhar o quarto do filho vazio.

Ele endossou o discurso de Rubens sobre educação, mas cobrou dos deputados medidas que possam combater a criminalidade no Estado de forma imediata. “ Educação é um problema do País, escuto isso desde criança. É preciso atitude imediatas”, destacou ressaltando.

Pediu aos parlamentares ainda medidas que possam combater a criminalidade. “ Se algum político passar o que estou passando, vai dar razão ao que estou falando”, disse.

Ele disse que não considera a Bolívia um País, já que é um lugar que recebe veículos roubados.

Crime – Breno e Leonardo foram mortos com tiros na cabeça após ser sequestrados por dois homens na saída de um bar, em Campo Grande, na noite da última quinta-feira (30).

Quatro pessoas foram presas por envolvimento no crime: Dayane Aguirre Clarindo, 24 anos, Rafael da Costa Silva, de 22 anos, Weverson Gonçalves Feitosa, 22 anos, e Raul Andrade Pinho, 18 anos. Um adolescente de 17 anos, irmão de Rafael, foi apreendido por ajudado no crime.

Todos estão presos na Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos).

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