Omep e Seleta eram 'indústria de fantasmas', indica Gaeco em ação
Convênios milionários realizados durante anos e que sustentavam uma rede de troca de favores e uma "indústria de funcionários fantasmas". Assim foi classificado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), braço do MPE (Ministério Público Estadual), os convênios entre Omep e Seleta com a prefeitura de Campo Grande.
Decisão liminar da Justiça Estadual, nesta quinta-feira (15), determinou a extinção dos convênios e demissão imediata de 4 mil funcionários contratados através do convênio, terceirizados, para atuar em creches públicas, entre outros.
Para embasar o pedido, o MPE indicou desvio milionário de pelo menos R$ 26,5 milhões entre os diretores das entidades em movimentações financeiras ocorridas direto na conta usada para receber os repasses dos convênios, entre 2011 e 2015.
Além disso, são indicados "favores" entre a Omep e a Seleta para a contratação de funcionários burlando a regra de trabalho voluntário previstos nas instituições. "Em outras palavras, o que deveria ser trabalho voluntário na Seleta, era pago pela Omep", frisa o MP em relatório judicial.
A peça ainda revela que visita feita por equipe do Gaeco aos Ceinfs da Capital constatou a ausência de 180 funcionários contratados pela Omep, sugerindo então a existência de uma "indústria de funcionários fantasmas".
Várias pessoas foram beneficiadas com tal ação irregular, entre elas Rodrigo Messa Puerta, genro da atual presidente da Omep no Estado, Maria Aparecida Salmaze. Ele também já ocupou o comando da entidade.
Conforme a apuração no Ministério Público, Salmaze, a filha e Rodrigo formavam a diretoria da Omep. "O genro, Sr. Rodrigo Messa Puerta, embora diretor da Omep recebia de ambas as entidades, Omep e Seleta", explica a promotoria.