ONG terá mais uma chance de explicar onde foi parar R$ 1 milhão para casas
Morhar Organização Social deixou pra trás casas mal feitas, projeto inacabado e dinheiro recebido sem prestação de contas
Convocado para explica onde foi parar quase R$ 1 milhão pagos à Morhar Organização Social para a construção de casas para moradores da antiga favela Cidade de Deus, Rodrigo da Silva Lopes não apareceu na Emha (Agência Municipal de Habitação) nesta segunda-feira (15). Um novo chamado será feito e se o representante da ONG (Organização Não-Governamental) continuar desaparecido, a Prefeitura de Campo Grande vai à Justiça para recuperar o dinheiro.
Em 2016, durante a gestão de Alcides Bernal (PP), o Executivo municipal firmou contrato com a Morhar de R$ 3,6 milhões para que a ONG ensinasse e ajudasse os moradores a construírem as próprias casas depois da demolição da favela Cidade de Deus, em Campo Grande.
Quase três anos depois, a atual administração tenta receber quase R$ 1 milhão da entidade, que deixou pra trás casas mal feitas, projeto inacabado e dinheiro recebido sem prestação de contas.
Rodrigo não foi localizado e por isso, no dia 10 de abril, a prefeitura publicou no Diário Oficial um edital para que o representante da ONG compareça perante uma Comissão Especial Mista para prestar esclarecimentos. O encontro foi marcado hoje, às 8h.
O próximo passo, segundo a Emha, é fazer uma citação em jornal de grande circulação. A convocação deve ser marcada para a próxima semana. Se Rodrigo não aparecer, o processo é encaminhado para a PGM (Procuradoria Geral do Município), responsável por tomar providências judiciais.
Histórico – Moradores da Cidade de Deus foram transferidos para quatro áreas nos bairros Bom Retiro, José Teruel, Jardim Canguru e Vespasiano Martins. A maioria deixou barracos para encontrar, novamente, barracos.
As casas que chegaram a ser concluídas no Vespasiano apresentam uma série de falhas estruturais e qualquer vendaval leva embora o telhado.
Por enquanto, um convênio entre o governo do Estado e a Prefeitura possibilitou a retomada das obras em março de 2018 depois de repasse de R$ 4,9 milhões. Já foram entregues 39 casas no Bom Retiro.