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Capital

Paciente de centro psicossocial enfrenta escassez de remédios há quatro meses

Entre as medicações em falta, está o haloperidol e valproato de sódio, utilizados em casos de esquizofrenia

Mylena Fraiha | 23/06/2023 14:05
Pacientes reclamam da falta de quatro medicamentos (Foto: Arquivo) 
Pacientes reclamam da falta de quatro medicamentos (Foto: Arquivo)

A falta de medicação não é um problema exclusivo das unidades básicas de saúde da Capital. Pacientes que dependem do SUS (Sistema Único de Saúde) também têm reclamado da falta de antipsicóticos, antidepressivos, neurolépticos, antiepilépticos e benzodiazepínicos nos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da cidade.

A auxiliar financeira Gilma Aparecida de Souza, de 43 anos, cujo irmão, Bablio Gilmar Schwantes ,de 41 anos, trata um quadro de esquizofrenia, é uma das pessoas que reclamou sobre a ausência de medicamentos essenciais.

Há oito anos, Gilma e sua família iniciaram o tratamento de Bablio no CAPS III Marley Maciel Elias Massulo, localizado na Vila Rica. Desde então, ela nota que houve uma melhora no quadro de esquizofrenia do irmão. “Somos de Rondônia, eu moro há anos aqui, mas minha mãe e irmão vieram há oito anos para Campo Grande. Já faz uns 13 anos que o meu irmão tem um quadro de esquizofrenia. Começamos o tratamento no CAPS e ele melhorou muito”, relata.

Entretanto, nos últimos quatro meses, a família tem enfrentado a escassez de dois medicamentos essenciais para o tratamento, o haloperidol, que é administrado por via injetável a cada 21 dias, e valproato de sódio, que requer o consumo diário de quatro comprimidos. “Nunca faltou medicação, só em época de eleição, quando a troca de governo que dá uma atrasada nos repasses. Agora, estamos há quatro meses sem medicação”, relata Gilma.

Bablio, à esquerda, com sua irmã, Gilma (Foto: Arquivo pessoal)
Bablio, à esquerda, com sua irmã, Gilma (Foto: Arquivo pessoal)

Segundo ela, sua mãe, de 79 anos, que possui um quadro de diabetes, também carece de medicações oferecidas pelo SUS. Para realizar a compra dos remédios necessários para ambos, Gilma comenta que tem precisado gastar acima do planejado. “Estou gastando R$ 800 por mês na medicação da mãe e do meu irmão”.

Gilma também relatou que a falta de medicação no CAPS III, da Vila Rica, não é um problema isolado de sua família. “Além de nós, muitos outros pacientes estão com falta de medicação. Não é uma questão que afeta só minha família”, explica.

Estoque - Desde fevereiro, o Campo Grande News acompanha deficit nos fármacos. Na quinta-feira (22), a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que 75% dos 300 medicamentos fornecidos estão com estoques normalizados.

Até esta quarta-feira (21), 29 medicamentos estavam indisponíveis em parte das unidades ou em toda a rede municipal de saúde, conforme apurou a reportagem.

A reportagem entrou em contato com a Sesau para saber como está o estoque de medicamentos antipsicóticos, antidepressivos, neurolépticos, antiepilépticos e benzodiazepínicos. Entretanto, até o fechamento desta matéria, não obteve resposta. O espaço continua aberto para futuros esclarecimentos da secretaria.

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