Peixes se adaptaram tão bem à “casa nova” que já têm filhotes, revela biólogo
Espécies levadas para aquários têm “babás” 24 horas por dia e tecnologia que as monitora até pelo celular
Os primeiros peixes começaram a ser transferidos para o Bioparque Pantanal, que teve as portas abertas nesta segunda-feira (28), em março do ano passado – quando alguns deles deixaram o cativeiro de sete anos (desde 2014), para conhecer a “casa nova”. A adaptação foi tão tranquila que peixinhos filhotes já nadam nos tanques.
“Somos o único aquário no mundo onde aconteceu reprodução”, explicou o biólogo Heriberto Gimenes Júnior, coordenador do Laboratório de Ictiofauna do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), local montado para preparar os animais que povoarão o empreendimento.
O que não faltam são cuidados com as vidas levadas para o espaço. Veterinários, biólogos, zootecnistas, químicos se revezam em turnos para monitorar os peixes, répteis e anfíbios 24 horas por dia. A tecnologia que garante a saúde dos 5,2 milhões de litros de água, importada da Espanha, conta com software operável e que emite alertas para os celulares da equipe.
“É um sistema de filtragem com o mesmo patamar usado em aquários internacionais, suspetema de suporte à vida altamente tecnológico e bem dimensionado. Tudo é automatizado, temos várias máquinas que controlam parâmetros de água e tudo mais relacionado. A gente controla pelo celular, mas obviamente, temos uma extensa equipe trabalhando 24 horas por dia para atender as necessidades e caso aconteça algo que precise de reparo”, explica Heriberto Júnior.
Por enquanto, nadam por lá 20 mil peixes, mas a meta é chegar à população de 60 mil. Logo na entrada, num aquário de 35 toneladas, com 6 metros de altura de oito de comprimentos, pacus apresentam o balé para os visitantes.
O maior dos tanques, um túnel com cúpula de sete metros de altura, por onde se espalham 1,2 milhão de litros de água, coloca o visitante dentro de um rio para exibir o nado dos pirarucus, um dos maiores peixes de água doce do mundo.
O Bioparque também já tem 15 jacarés e uma sucuri de três metros. Serão no total 220 espécies, não só do Pantanal, mas também que representam a biodiversidade do planeta, vindos da Amazônia, África, Austrália, América do Norte.
Pesquisa – O biólogo destaca a importância do espaço para a pesquisa. Além do saguão para exibição dos animais e o museu de história natural – espaços para contemplação e aprendizado –, laboratório ficará à disposição de pesquisadores. Antes da inauguração, o empreendimento já proporcionou oportunidades de estudos. “No próximo mês, vamos lançar um livro sobre os peixes do Pantanal. Mas vão continuar sendo realizada pesquisas, reproduções, parcerias com outras instituições para poder fomentar os estudos sobre os peixes da região.”
A intenção é que o Bioparque Pantanal possa contribuir para a conservação de espécies, ameaçadas ou não. “Um dos pilares de um aquário publico é a parte de educação ambiente e conservação. Então, a parte de reprodução de espécies ameaçadas é um dos principais pontos fortes. A parte de acompanhar o desenvolvimento ontogenético, que consiste em acompanhar desde ovinho até o desenvolvimento total, também, principalmente com as espécies para consumo que vêm do Pantanal, como pacu, piraputanga, dourado. Então, vamos fazer esses estudos para ajudar no monitoramento das espécies.”
Inaugurado nesta manhã, o Bioparque Pantanal começa a receber visitantes em abril, apenas alunos das escolas públicas do Estado e pessoas ligadas ao setor turístico num primeiro momento. De maio até 31 de dezembro, o público em geral poderá agendar as visitas guiadas e gratuitas por meio de um site.
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