ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, SEGUNDA  23    CAMPO GRANDE 28º

Capital

Prefeitura promete adicional de insalubridade à enfermagem a partir de agosto

Conforme legislação municipal, o adicional deverá ser de 30% sobre o salário mínimo vigente

Por Cassia Modena | 31/07/2024 17:51
Espera de pacientes enche unidade de saúde da Vila Nasser (Foto: Caroline Maldonado/Arquivo)
Espera de pacientes enche unidade de saúde da Vila Nasser (Foto: Caroline Maldonado/Arquivo)

Suspenso desde 1998, o adicional de insalubridade que é direito dos servidores da enfermagem da rede pública municipal de Campo Grande, poderá voltar a ser pago a partir de agosto deste ano. Cerca de 1 mil pessoas devem receber o "a mais" nas contas bancárias, segundo estimativa do Sinte (Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem).

Em ofício anexado à ação judicial que já possui decisão favorável ao pagamento há mais de um ano, a Prefeitura da Capital se comprometeu a incluir o valor no cálculo da folha de pagamento.

O texto diz assim: "informamos que será implantada na próxima folha de pagamento referente ao mês julho/2024", indicando possível pagamento até o quinto dia útil de agosto. O ofício é assinado pela atual secretária municipal de Gestão, Andrea Alves Ferreira Rocha.

O adicional de insalubridade é um benefício previsto na legislação brasileira a quem trabalha com atividades que envolvem riscos à própria saúde. No caso dos servidores municipais da enfermagem de Campo Grande, ele foi fixado em 30% sobre o salário mínimo por lei complementar sancionada em 2011 e regulamentada em 2022, segundo explica o advogado Márcio Almeida, que representa o Sinte.

Com base no salário mínimo vigente (R$ 1.412), o adicional deverá ser de R$ 423,60, seguindo o que determina a legislação municipal. Servidores concursados de todos os cargos da enfermagem – enfermeiro, técnico de enfermagem e auxiliar de enfermagem – que trabalharem tanto na atenção básica, quanto na urgência e emergência, terão que ser contemplados.

Mais de 25 anos sem - Presidente do sindicato, Angelo Macedo fala que a categoria comemora a possibilidade do pagamento, mas segue lembrando que é "preciso aguardar", já que a administração da prefeita Adriane Lopes segue descumprindo a ordem judicial enquanto não efetiva o adicional.

"Nós estamos muito felizes com essa decisão. Isso realmente acontecendo, conseguiremos uma vitória dentro de uma luta histórica para constituir o direito", afirma Macedo.

O advogado Márcio Almeida lembra que o pagamento do benefício não é feito há mais de 25 anos. Sendo assim, os ex-prefeitos Nelson Trad Filho e Marcos Trad Filho também deixaram de fazê-lo, além de André Puccinelli, que ocupava a cadeira do Executivo municipal quando o depósito do adicional foi paralisado.

"A enfermagem é uma categoria instrumental, trabalha na ponta, e tem direito garantido a esse benefício em Campo Grande", diz Almeida.

Pode ser menor (20%) - Os representantes do Sinte preveem ainda que, caso honre com o compromisso, a Prefeitura de Campo Grande pode fazer manobra para usar como referência o que a CLT (Convenção de Leis Trabalhistas) determina sobre o adicional de insalubridade, e não o que a manda a lei complementar municipal.

Sendo assim, o valor poderá ser calculado conforme as leis federais dizem, ficando em 20% sobre o salário mínimo atual. Esse percentual é correspondente a R$ 282,40, hoje.

Acontece que o servidor público municipal não está condicionado à CLT, continua o advogado. "Se isso ocorrer, no dia seguinte entraremos com pedido de aplicação de multa por descumprimento parcial de decisão judicial", avisa.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias