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Capital

Réu por assassinato, filho foi escondido pela mãe o tempo todo

Igor César de Lima Oliveira é assassino confesso do motorista de aplicativo Rafael Baron; crime aconteceu em maio de 2019

Maressa Mendonça e Geisy Garnes | 19/02/2020 18:40
Igor César de Lima Oliveira chega na sala de audiência (Foto: Kísie Ainoã)
Igor César de Lima Oliveira chega na sala de audiência (Foto: Kísie Ainoã)

O assassino confesso do motorista de aplicativo Rafael Baron, Igor César de Lima Oliveira, estava escondido na casa da mãe dele desde outubro do ano passado, quando passou a ser considerado foragido da Justiça. A informação foi divulgada pela própria mãe de Igor durante audiência realizada nesta quarta-feira (19).

A mãe chorou ao ver Igor chegar algemado até a sala de audiência e, durante o depoimento dela, ele também se emocionou. Ao juiz Carlos Alberto Garcete, a mulher contou não ter presenciado o crime.

Ela foi confrontada pelo promotor com base no depoimento inicial feito na delegacia e acabou confirmando que, no dia 13 de maio estava dormindo no sofá da sala quando foi acordada pela filha adolescente. A garota estava nervosa porque ouviu a cunhada pedindo para conterem Igor. A mulher disse que até tentou segurar o filho, mas ele pulou a janela com arma em punho.

Questionada sobre a arma, a mulher respondeu que não sabia da existência dela até o filho cometer o assassinato. Ela contou ainda que o filho e a nora “viviam em pé de guerra”. Segundo o relato, "Ele era ciumento e ela gostava de fazer ele sentir ciúmes" e Igor estava “muito alterado” no dia do crime.

Fuga - Igor se apresentou à polícia três dias depois do crime, mas pouco tempo depois acabou fugindo. Segundo a mãe dele, durante esse tempo todo ele estava em casa. Ela conta que Igor estava sofrendo ameaças dos motoristas da Uber e da família do Rafael Baron. Ainda segundo ela, começaram a circular nos grupos de WhatsApp mensagens informando que ele estava no Albergue e, por esse motivo, ela pediu para Igor não voltar para o presídio. "Eu não deixei ele voltar", disse.

A mulher disse ter orientando ele a ficar em casa também porque a família não tinha condições de arcar com os custos de um advogado. Ela chegou a procurar a Defensoria Pública, onde foi orientada a levar o filho para a delegacia, mas por medo não o fez. Questionada pelo juiz se a polícia chegou a fazer buscas por Igor no local ela respondeu que não.

Outro depoimento - a mulher de Igor também prestou depoimento e disse ao juiz que o marido “tirou da cabeça dele” suposta “cantada” feita pelo motorista de aplicativo. Essa foi a justificativa dada pelo assassino para cometer o crime.

O juiz leu em voz alta o depoimento de Igor, especialmente a parte em que ele disse ter cogitado também atirar na mulher, e perguntou se ela tinha conhecimento disto. A resposta foi “sim”.

O juiz perguntou se ela deu continuidade ao relacionamento mesmo sabendo desta possibilidade e ela respondeu “sim”. Por fim, o magistrado perguntou se a informação deste homem querer matá-la era irrelevante e ela disse “sim.

O caso - No dia 13 de maio do ano passado, Igor matou o motorista de aplicativos com dois tiros. O crime aconteceu depois de Rafael Baron ter buscado Igor e a mulher dele na Upa (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon e deixar os dois no Condomínio Reinaldo Buzanelli II, no Jardim Campo Nobre.

Igor estava foragido do sistema prisional quando cometeu o crime e se apresentou à polícia três dias depois. Na ocasião, ele alegou ter agido porque ficou com ciúmes da mulher.

A prisão dele pelo homicídio não foi decretada neste dia e ele voltou para a prisão para cumprir pena pelo crime anterior. Pouco depois, conseguiu o benefício da progressão de regime e aproveitou para fugir.

O pedido de prisão pelo homicídio só ocorreu 100 dias depois da morte de Rafael. Igor foi recapturado no dia 9 de fevereiro.

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