Revoltados, funcionários de call center paralisam atividades por 40 minutos
Eles pediram explicações sobre as medidas adotadas pela empresa para proteger os trabalhadores durante a pandemia de coronavírus
Na tarde desta quinta-feira (19), funcionários das duas unidades da Brasil Telecom Call Center/Oi em Campo Grande fizeram protestos por melhores condições de trabalho na empresa. Em unidade localizada no bairro Vila Rica, os trabalhadores paralisaram as atividades por aproximadamente 40 minutos como forma de chamar atenção da direção da empresa para a necessidade de se fazer readequações no local.
Um dos trabalhadores, que pediu para não ser identificado, comentou sobre a falta de higienização e materiais de esterilização.
Segundo ele, além de as mesas ficarem muito próximas umas das outras os computadores são compartilhados por ao menos três pessoas diariamente, cada uma em um turno. Outra queixa está relacionada ao álcool em gel. O produto acabou e até o momento não foi substituído.
Existe ainda a preocupação com o estado de saúde de uma das funcionárias e falta de comunicação com a empresa em relação a isto. Conforme o relato, a jovem foi diagnosticada com pneumonia e eles suspeitam que seja decorrente do coronavírus. A empresa disse ter acompanhado o caso, mas eles reclamam não terem sido informados e neste período continuaram se expondo.
Decreto - Nesta quinta-feira (19), a prefeitura de Campo Grande fez acréscimo ao decreto publicado ontem adotando uma série medidas para frear o avanço do novo coronavírus, entre elas a recomendação de fechamento de estabelecimentos comerciais como shoppings e academias de ginástica, além de parques de lazer. Foi incluída orientação sobre os call centers.
Pelo texto acrescido ao decreto, em edição extra do Diogrande, os serviços de telemarketing devem procurar operar com no máximo 20 pessoas no mesmo ambiente, com espaço de 2 metros entre elas.
Um representante da empresa conversou com a reportagem do Campo Grande News e também pediu para ter o nome preservado. Ele afirmou que, as medidas estão sendo planejadas para atender todas as reclamações dos funcionários.
Ainda segundo ele, funcionários do grupo de risco começaram a ser liberados na quarta-feira (18) e a reposição do álcool em gel já está sendo providenciada.
Ele alerta a necessidade de os trabalhadores entenderem que o produto está em falta no mercado, mas que a situação será regularizada em pouco espaço de tempo. Ele garantiu ainda que nenhum caso de coronavírus foi confirmado entre os funcionários e que a empresa está preparando um documento com orientações sobre como eles deverão agir.