ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Segunda ofensiva contra bancas do jogo do bicho levou 28 para delegacias

Primeira operação para fechar banquinhas do jogo do bicho em Campo Grande foi a Black Cat, em dezembro

Anahi Zurutuza | 03/09/2021 16:37
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Segunda operação que mirou bancas do jogo do bicho em Campo Grande em oito meses, a “Deu Zebra” flagrou 28 pessoas coletando apostas para a loteria ilegal, em vários bairros da Capital. Elas foram levadas para as delegacias das áreas, prestaram depoimento, assinaram boletim de ocorrência e foram liberadas.

Pelo menos 100 policiais civis foram empenhados nas “batidas” em 72 pontos identificados anteriormente como pontos de apostas do jogo de azar. A ação teve início às 10h.

Os bicheiros, como são conhecidas as pessoas que coletam as apostas, cometem contravenção penal, conforme prevê a legislação. A pena prevista é de no máximo um ano de prisão, normalmente, convertida em prestação de serviços à comunidade.

Guincho retira quiosque do jogo do bicho, cena histórica em Campo Grande, em dezembro do ano passado. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Guincho retira quiosque do jogo do bicho, cena histórica em Campo Grande, em dezembro do ano passado. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Banal, mas ilegal - No mês de agosto, o Campo Grande News mostrou que, menos de um ano após ofensiva para lacrar as banquinhas metálicas, o jogo do bicho estavam de volta à cidade com o mesmo formato, mas com nome diferente: MTS.

Os pontos de apostas, que antes funcionavam nos “chalezinhos” alaranjados ou cinzas – “invisíveis” pelas ruas da cidade, do tanto que as apostas proibidas estavam “encravadas” no cotidiano –, ganharam alguma camuflagem. Nesta sexta-feira, policiais foram a residências, mercearias, bares e até ponto de táxi onde foram encontradas maquininhas para a anotação dos jogos e comprovantes dos palpites efetuados.

Ainda conforme apurado pela reportagem no mês passado, os bilhetes do jogo do bicho custam R$ 10 e prometem pagar até R$ 40 mil.

O jogo do bicho surgiu no Brasil há mais de 120 anos, com a criação de banco de apostas, para evitar que o zoológico do Rio de Janeiro fechasse. Mas em 1941, passou a ser proibido pela lei como jogo de azar e é considerado contravenção.

Em 9 de dezembro, a Polícia Civil já tinha ido às ruas de Campo Grande para acabar com as apostas ilegais. A Operação “Black Cat”, quarta fase da Omertà, foi coordenada pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros).

Para o Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), responsável pela Omertà junto com o Garras, por trás da aparente inocência do jogo que premia por meio de número atribuídos a bichos, esconde-se máfia dedicada a crimes graves e violentos, de agiotagem a extorsão, de tráfico de armas a assassinatos, além de corrupção de agentes públicos.

O negócio à margem da lei, antes comandando por Jamil Name, o principal alvo da Omertà até sua morte em 27 de junho, passou para as mãos de organização do Rio de Janeiro, também apurou o Campo Grande News.

Nome da operação de hoje, a zebra não faz parte do “zoológico” do jogo do bicho.

Nos siga no Google Notícias