Segunda ofensiva contra bancas do jogo do bicho levou 28 para delegacias
Primeira operação para fechar banquinhas do jogo do bicho em Campo Grande foi a Black Cat, em dezembro
Segunda operação que mirou bancas do jogo do bicho em Campo Grande em oito meses, a “Deu Zebra” flagrou 28 pessoas coletando apostas para a loteria ilegal, em vários bairros da Capital. Elas foram levadas para as delegacias das áreas, prestaram depoimento, assinaram boletim de ocorrência e foram liberadas.
Pelo menos 100 policiais civis foram empenhados nas “batidas” em 72 pontos identificados anteriormente como pontos de apostas do jogo de azar. A ação teve início às 10h.
Os bicheiros, como são conhecidas as pessoas que coletam as apostas, cometem contravenção penal, conforme prevê a legislação. A pena prevista é de no máximo um ano de prisão, normalmente, convertida em prestação de serviços à comunidade.
Banal, mas ilegal - No mês de agosto, o Campo Grande News mostrou que, menos de um ano após ofensiva para lacrar as banquinhas metálicas, o jogo do bicho estavam de volta à cidade com o mesmo formato, mas com nome diferente: MTS.
Os pontos de apostas, que antes funcionavam nos “chalezinhos” alaranjados ou cinzas – “invisíveis” pelas ruas da cidade, do tanto que as apostas proibidas estavam “encravadas” no cotidiano –, ganharam alguma camuflagem. Nesta sexta-feira, policiais foram a residências, mercearias, bares e até ponto de táxi onde foram encontradas maquininhas para a anotação dos jogos e comprovantes dos palpites efetuados.
Ainda conforme apurado pela reportagem no mês passado, os bilhetes do jogo do bicho custam R$ 10 e prometem pagar até R$ 40 mil.
O jogo do bicho surgiu no Brasil há mais de 120 anos, com a criação de banco de apostas, para evitar que o zoológico do Rio de Janeiro fechasse. Mas em 1941, passou a ser proibido pela lei como jogo de azar e é considerado contravenção.
Em 9 de dezembro, a Polícia Civil já tinha ido às ruas de Campo Grande para acabar com as apostas ilegais. A Operação “Black Cat”, quarta fase da Omertà, foi coordenada pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros).
Para o Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), responsável pela Omertà junto com o Garras, por trás da aparente inocência do jogo que premia por meio de número atribuídos a bichos, esconde-se máfia dedicada a crimes graves e violentos, de agiotagem a extorsão, de tráfico de armas a assassinatos, além de corrupção de agentes públicos.
O negócio à margem da lei, antes comandando por Jamil Name, o principal alvo da Omertà até sua morte em 27 de junho, passou para as mãos de organização do Rio de Janeiro, também apurou o Campo Grande News.
Nome da operação de hoje, a zebra não faz parte do “zoológico” do jogo do bicho.