Complicações da covid-19 matam Jamil Name
Preso desde setembro de 2019, ele estava internado desde 2 de junho em Mossoró, no Rio Grande do Norte
Internado em hospital de Mossoró (RN) desde o dia 2 de junho, em tratamento contra a covid-19, o réu na operação Omertà Jamil Name, 82 anos, morreu por volta das 17 horas deste domingo. O empresário acusado de ser o chefe de organização criminosa estava preso desde setembro de 2019.
Morre, com ele, um personagem da história de Campo Grande, que teve poder e influência por décadas. Também chamado de "Velho", há mais de 600 dias no cárcere, Name passou à condição de acusado de diversos crimes, junto com o filho, Jamil Name Filho, 43 anos. Desde outubro de 2019, ambos foram transferidos para o presídio federal de segurança máxima de Mossoró, onde Name contraiu o novo coronavírus, diagnosticado em 26 de maio.
No começo de junho, ele passou a ter sintomas mais severos e foi primeiro para posto de saúde na cidade nordestina e depois para o hospital.
Name tinha mais de 50% dos pulmões comprometidos pela doença quando foi internado. Foi intubado, chegou a ser extubado, mas no fim da semana passada, piorou, passando a precisar de hemodiálise.
A família chegou a conseguir na Justiça autorização para transferência dele para hospital em Brasília, mas não houve condições de saúde para tal.
Name já havia tomado as duas doses de vacina contra a covid-19 e foi diagnosticado com a doença em 31 de maio.
História - O sobrenome Name sempre foi influente em Campo Grande. Além das empresas, do comando do Jóquei Club da cidade, hoje abandonado, houve sempre a citação como comandante da jogatina e negócios ilícitos
Jamil Name Filho chegou a ser preso em 2009 pela Polícia Federal em ação contra exploração de caça-níqueis. Ficou no presídio federal de segurança máxima em Campo Grande, mas acabou sendo solto.
Na primeira peça oficial da Operação Omertà, em 20 de agosto de 2019, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Organizado) afirma que a milícia armada especializada em crimes de pistolagem copiou sua estrutura do jogo do bicho que Jamil Name comandava há pelo menos três décadas.
Foram identificados quatro núcleos: o comando, os gerentes, os homens de apoio e os pistoleiros, a quem cabia emboscar e eliminar as vítimas.
Name vai ser sepultado como alvo de meia duzia de ações, por crimes que vão da exploração da jogatina, lavagem de dinheiro e tráfico de armas até o mando de execuções de inimigos.
A família não informou ainda como vão ser os funerais. O deputado estadual Jamilson Name (sem partido), disse ao Campo Grande News estar muito abalado para dar declarações neste momento.