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Capital

Serial killer passa a ser réu por vender bens de vítima e lucrar R$ 25 mil

Cleber de Souza Carvalho foi acusado formalmente pela terceira morte. Aindam faltam quatro

Marta Ferreira | 11/06/2021 15:25
Cleber, de camiseta verde, ajuda na escavação de corpo de vítima que ele mesmo enterrou. (Foto: Henrique Kawaminami)
Cleber, de camiseta verde, ajuda na escavação de corpo de vítima que ele mesmo enterrou. (Foto: Henrique Kawaminami)

Cleber de Souza Carvalho, 44 anos, o “Filé”, que ficou conhecido como “Pedreiro Assassino”, depois de confessar ter matado 7 homens em Campo Grande, foi denunciado mais uma vez à Justiça. Ele já é réu por dois assassinatos e agora passou a ser acusado formalmente pelo terceiro homicídio. Nesse caso, também vai responder, por estelionato, pois vendeu a outras pessoas os bens da vítima.

As investigações indicaram que o serial killer matou José Jesus de Souza com pauladas na cabeça, enterrou o corpo, e depois comercializou os bens da vítima, um imóvel na Vila Nossa Senhora Aparecida, na região da Vila Nasser, um carro modelo Astra e uma moto CG Honda. No total, o valor arrecadado por Cleber, conforme consta dos autos, foi próximo de R$ 25 mil.

O inquérito, base informativa da denúncia da promotoria, localizou as pessoas que compraram os bens. A casa de José Jesus de Souza foi dividida, entre a irmã de Cleber e um outro comprador. Foi feito até contrato. Como os imóveis na região têm origem em invasões, é comum haver negociações desse tipo.

Em relação aos veículos, Cleber usou o carro para dar entrada em outro automóvel, alegando ter recebido em pagamento de um terreno na Vila Nasser e por  isso o documento estar em nome de outra pessoa. Quem recebeu, por sua vez, vendeu o Astra e a motocicleta a terceiros. Encontrado, o comprador disse ter tentado ir atrás de José Jesus para fazer a transferência, sem êxito.

José Jesus Souza teve bens vendidos por Cleber, indicou apuração. (Foto: Reprodução das redes sociais)
José Jesus Souza teve bens vendidos por Cleber, indicou apuração. (Foto: Reprodução das redes sociais)

Sumido – José Jesus desapareceu em fevereiro de 2020. O pastor da igreja frequentada por ele estranhou o sumiço e denunciou à DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), responsável pela procura de pessoas desaparecidas em Campo Grande.

Os restos mortais só foram localizados no dia 15 de maio do ano passado, quando Cleber foi preso e confessou as mortes. O serial killer participou da escavação para encontrar a ossada, em terreno localizado na Travessa Menino Jesus, no Bairro Coophatrabalho.

No bairro, ele falava que o desaparecido havia se mudado para a Bahia, de onde era originário.

Audiência para ouvir testemunhas de acusação desse processo já está marcada para 17 de agosto pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.

Antes disso, a defesa recebeu prazo de 10 dias para apresentar sua manifestação em nome do cliente. No interrogatório policial, feito por videoconferência direto do IPCG (Instituto Penal de Campo Grande), ele ficou em silêncio.

Outros processos – O magistrado é responsável também pelos autos em que o “Pedreiro Assassino” é réu pelas mortes de José Leonel Ferreira dos Santos, 61 anos, achado enterrado no quintal de casa, no dia 7 de maio de 2020, quando os fatos vieram à tona, e de Timóteo Pontes Roman, 60 anos, achado em 16 de maio de 2020, no poço da própria residência.

Ambos os feitos estão na fase final, prestes a ter o júri popular marcado. Os outros quatro casos estão na etapa de inquérito policial.



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