Sob aplausos e escolta da PM, Jamil Name é sepultado ao som de Mercedita
Figura conhecida em Campo Grande, ele viveu os dois últimos anos preso, como réu da operação Omertá
O cemitério Santo Antônio talvez nunca tenha ficado tão cheio quanto na tarde desta quarta-feira (30), quando familiares, amigos e políticos foram se despedir de Jamil Name. Pelo menos 150 pessoas compareçam ao local e acompanharam desde as viaturas da Polícia Militar na porta do cemitério aos aplausos que levaram o caixão ao túmulo sob a trilha sonora de Mercedita.
Figura conhecida em Mato Grosso do Sul e réu da operação Omertà, o Name morreu no último dia 27, aos 82 anos, em decorrência de complicações da covid-19, depois de ter passado 637 dias preso.
O velório começou 14h, durou cerca de meia hora, e lotou a capela e os arredores, dentro do cemitério Santo Antônio.
Havia pelo menos 17 coroas de flores. Com caixão fechado, familiares e amigos se despediram ao som de canção simbólica para a cultura regional, ainda na capela, tocado por um violinista.
As centenas de pessoas que acompanhavam o velório, seguiram o cortejo até o jazigo da família. O caixão foi carregado por oito homens, entre eles Jamilson Name, filho de Jamil, Jerson Domingos, cunhado do empresário e Ademir Santana (PSDB), que tinha Name como padrinho político.
Jamil Name Filho, Jamilzinho, de 43 anos, preso na Omertà junto com o Pai, não viu a despedida, nem por vídeo como estava autorizado judicialmente.
Os familiares não quiseram conversar com a imprensa. Entre as autoridades presentes estiveram o presidente da Câmara de Vereadores, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB) e o vereador William Maksoud (PTB), a ex-vereadora Juliana Zorzo, além do ex-deputado federal Edson Giroto.
Da família, a esposa Tereza Name também não quis falar com a imprensa e ficou próxima ao irmão Jerson Domingos, e a cunhada, Reni dos Santos, casada com o ex-senador Pedro Chaves, e junto dos netos e do filho deputado estadual Jamilson Name.
Ainda na capela, Tereza Name orou e fez um discurso emocionado. À beira do túmulo, a viúva de Jamil Name disse "Grande homem, vai deixar saudades". Foram contadas algumas passagens, e em seguida o caixão desceu sob aplausos.
Em determinado momento, Jamilson se afastou emocionado, mas foi trazido de volta por um familiar. O irmão que está preso em Mossoró, no Rio Grande do Norte, Jamil Filho, não participou do velório. Havia a expectativa dele assistir por videoconferência.
Do lado de fora havia uma viatura da Polícia Militar com três militares e mais quatro motos da corporação.
O único a falar com a imprensa foi o advogado de Jamil Name, o criminalista Tiago Bunning, que reforçou que o cárcere trouxe doenças ao cliente dele. "O último dado que eu tinha da saúde dele era do início de maio. Fiquei por mais de um ano sem receber informações atualizadas dele. Só sabia que estava vivo porque o via em audiência", disse.