Troca de horários de voos pode resolver falta de táxi no aeroporto
Encontrar um táxi durante à tarde no Aeroporto Internacional de Campo Grande já não é mais problema. Com o remanejamento de alguns voos por parte das companhias aéreas, o grande fluxo de três ou mais aeronaves chegando ao mesmo tempo tem sido durante a noite. O Campo Grande News esteve no local nesta terça-feira (27) e acompanhou o desembarque de passageiros de dois aviões, um da TAM e outro da Azul. Ao contrário do registrado em situação semelhante a alguns meses, a quantia de automóveis foi suficiente para escoar a demanda.
O taxista Altair Almeida da Costa, 62 anos, afirma que existem 38 carros atendendo o aeroporto. Essa quantia, segundo ele, consegue tranquilamente dar conta de encaminhar todos os clientes de até três voos simultâneos. Quando há acúmulo de pousos, o tempo máximo de espera é de 15 minutos.
“Mudam muito os horários dos voos. Entre 20h50 e 22h chegam quatro juntos. O único problema é nesse horário. Falta carro, mas não é esse absurdo”, comenta o profissional. Na opinião dele, existem cidades no Brasil onde a espera é bem maior, como São Paulo.
A situação seria resolvida, segundo ele, se houvesse um entendimento por parte das aéreas em pulverizar os voos durante o dia, de forma que evitasse grande quantidade de pessoas chegando ao mesmo tempo. Além disso, a quantidade de usuários de táxi tem caído, conforme observa o motorista.
“O táxi não é mais prioridade. As pessoas pedem que alguém as busque, alugam carros e tem serviços de van que levam direto para os hotéis. Estamos trabalhando no vermelho há meses”, conta Costa.
Nivelando por baixo – O presidente do Sintáxi (Sindicato dos Taxistas de Campo Grande), Bernando Quartin Barrios, também compara a Capital com os grandes centros para justificar o tempo de espera, que segundo ele não passa de 20 minutos.
“O cidadão perde uma hora entre o desembarque, pegar bagagem na esteira e quer pegar o táxi em um minuto. Nós estamos trabalhando dentro de uma margem satisfatória”, opina.
Segundo ele, os profissionais ainda fazem o melhor que podem para a pouca infraestrutura que o aeródromo da cidade tem, onde o fluxo de táxis se mistura com os automóveis de pessoas buscando ou deixando parentes e amigos no local. O certo, segundo ele, era ter uma área maior destinada exclusivamente para a categoria e um acesso diferenciado.
Barrios também rebateu as declarações feitas vice-presidente da Assotáxi (Associação dos Taxistas Auxiliares de Campo Grande), Ezequiel Pedro de Moura, em audiência pública na Câmara Municipal. Na ocasião, ele disse que o presidente do sindicato impede e intimida os taxistas de outros pontos de pegar passageiro no aeroporto.
“Eu tenho poder de influência dentro da Agetran? Tenho o controle da guarda? Como que eu iria denunciar? A não ser que eu ficasse o dia inteiro lá com uma pessoa minha fazendo serviço de guarda. O problema é que eles querem trabalhar dentro do aeroporto estacionando em áreas irregulares. O taxista pode pegar corrida no aeroporto, o que não pode é ficar parado chamando passageiro”, afirma Barrios.
O sindicalista lembra que o valor da corrida partindo do aeroporto é diferenciada, pois os profissionais pagam uma mensalidade para a Infraero, além de terem obrigação de usar uniforme e fazer um curso na entidade aeroportuária para serem autorizados a operar naquele local.