Câmara afasta mais três vereadores acusados de corrupção em Naviraí
Os vereadores Elias Alves (Pros), Gean Carlos Volpato (PMDB) e Vanderlei Chagas (PSD) foram afastados do cargo e serão substituídos pelos suplentes na Câmara Municipal de Naviraí, cidade a 366 km de Campo Grande. O afastamento, determinado pelo juiz Eduardo Magrinelli Junior, já era esperado, uma vez que eles se tornaram réus juntamente com os cinco vereadores presos desde 8 de outubro acusados de corrupção.
Elias Alves, Gean e Vanderlei não participaram da sessão de ontem à noite, que foi realizada com apenas dez vereadores. O presidente em exercício da Câmara, Moacir Aparecido Andrade, recebeu determinação do juiz para convocar os suplentes Djalma Marques de Oliveira (PMDB), Deoclécio Zeni (PSDB) e Luiz Carlos Garcia (PSD). Eles devem ser empossados na sessão da próxima segunda-feira.
Durante a sessão também houve mudança na comissão processante que pode levar à cassação dos cinco vereadores que estão presos – o presidente do Legislativo Cícero dos Santos, o Cicinho do PT, Marcus Douglas Miranda, Solange Melo, Adriano José Silvério e Carlos Alberto Sanches.
Os vereadores Antônio Carlos Klein e Márcio Scarlassara (PTdoB) deixaram a comissão por se julgarem impedidos, já que são suplentes dos vereadores afastados e teriam interesse na cassação. O terceiro integrante da comissão, Vanderlei Chagas, foi afastado da Câmara, já que também é réu no processo por corrupção.
Antônio Carlos Klein informou hoje ao Campo Grande News que ainda nesta terça-feira o presidente da Câmara Moacir Andrade deve indicar para os cargos da comissão processante os vereadores José Odair Gallo (PDT), José Roberto Alves (PMDB) e Jaime Dutra (PT). Os três também foram denunciados pelo Ministério Público por organização criminosa, mas o juiz Magrinelli Junior entendeu que em relação a eles não há indícios de autoria ou de participação deles no esquema de corrupção.
Réus – Na sexta-feira, dia 31, o juiz Eduardo Magrinelli Junior acatou a denúncia do Ministério Público contra os cinco vereadores presos no dia 8 de outubro durante a Operação Atenas, da Polícia Federal. Ele também aceitou a denúncia contra outras oito pessoas, entre elas os vereadores afastados ontem, que não chegaram a ser presos, mas foram denunciados pelo Ministério Público.
Também viraram réus os ex-assessores da Câmara Wagner Nascimento Máximo Antônio, Rogério dos Santos Silva, o “Rogério Dill”, e Thiago Caliza da Rocha; Carlos Brito de Oliveira, que prestava serviço de sonorização e gravação de vídeo para a Câmara e a empresária Mainara Gessika Malinski, mulher de Cícero dos Santos. Essas cinco pessoas também estão presas.
Magrinelli Junior e indeferiu a denúncia em relação aos vereadores Moacir Aparecido de Andrade (atual presidente), Jaime Dutra, José Roberto Alves, José Odair Gallo e Mário Gomes, todos citados nas conversas gravadas pela Polícia Federal. “Não vejo indícios de autoria ou de participação deles no crime de associação criminosa”, afirma o magistrado na decisão.
Cícero dos Santos, apontado como o articulador do esquema de corrupção montado na Câmara de Naviraí, é o único dos 13 réus acusado de cinco crimes – organização criminosa (pena de 3 a 8 anos), corrupção passiva (2 a 12 anos), peculato (2 a 12 anos), fraude em licitação (2 a 4 anos) e lavagem de dinheiro (3 a 10 anos).
Marcus Douglas vai responder por organização criminosa, corrupção passiva e peculato (quando servidor público se apropria de valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desvia em proveito próprio ou alheio).
Adriano José Silvério, vereador mais votado nas eleições de 2012, passa a ser réu por corrupção passiva e organização criminosa. A policial civil aposentada e vereadora Solange Melo responderá por peculato e organização criminosa e Carlos Alberto Sanches, o Carlão, agora é réu por organização criminosa e corrupção passiva.
Mainara Géssica Malinski vai responder por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Carlos Brito de Oliveira responde por fraude à licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os ex-assessores da Câmara Wagner, Thiago Caliza e Rogério são réus por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.