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Interior

Com greve de professores, escolas abrem mais tarde e alunos ficam na rua

Pais reclamam que estão sendo obrigados a deixar os filhos do lado de fora porque aulas estão começando mais tarde; Simted diz que professores também estão preocupados com a situação

Helio de Freitas, de Dourados | 24/08/2017 16:12
Alunos de uma escola da área central de Dourados esperando abertura de portão às 8h de hoje (Foto: Direto das Ruas)
Alunos de uma escola da área central de Dourados esperando abertura de portão às 8h de hoje (Foto: Direto das Ruas)

Desde terça-feira (22), os alunos da Rede Municipal de Ensino estão entrando mais tarde nas escolas municipais de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande. De manhã, as escolas estão iniciando as aulas por volta de 8h30, uma hora e meia após o horário tradicional. Já no período da tarde, aulas que sempre começaram às 13h nesta semana começam às 14h30.

Essa mudança afetou o horário de muitos pais, que saem de casa, deixam os filhos na escola e depois vão para o trabalho e agora precisam mudar a rotina para levar as crianças até as unidades de educação. Algumas crianças estão sendo deixadas do lado de fora, para esperar a abertura dos portões.

“Hoje de manhã, algumas crianças estavam sozinhas do lado de fora, encostadas no muro, esperando o portão abrir”, contou a mãe de aluno de uma escola localizada na área central, que vê risco para a segurança das crianças.

A redução no tempo de aula faz parte da greve iniciada segunda-feira por professores e servidores administrativos. Com a liminar do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), obrigando a manter dois terços dos professores trabalhando, a categoria decidiu reduzir o tempo de aula. Entretanto, a medida é criticada por pais de alunos.

Na segunda-feira (21), dia em que o sindicato dos trabalhadores em educação anunciou que faria greve parcial com a redução do tempo de aula, a prefeitura divulgou nota alertando aos pais que as aulas funcionariam em horário normal.

“A decisão judicial que garantiu o percentual mínimo de servidores em sala de aula não limita horário de trabalho. Além disso, não cabe ao sindicato que representa os grevistas determinar de forma diferente. Portanto, as escolas abrirão normalmente”, afirmou a prefeitura.

Entretanto, segundo os pais, a medida não está sendo cumprida por todas as escolas. Segundo os pais, alguns estabelecimentos estão abrindo os portões antes das 7h, mas outros só permitem a entrada perto do horário de início das aulas.

Sindicato – O Simted informou através da assessoria de imprensa que a entidade e as direções de escolas também estão preocupadas com a situação.

“A justiça está limitando o direito à greve. Não tem um entendimento claro sobre a liminar e isso acaba prejudicando crianças, pais, mães e o direito à greve dos trabalhadores. Mas, muitos pais e mães estão apoiando a luta dos profissionais da educação contra a precarização do ensino em Dourados”, alega o sindicato.

Sem reajuste – A prefeita Délia Razuk disse nesta semana aos representantes dos grevistas que não tem condições de atender as reivindicações da categoria em relação a reajuste salarial. Na reunião, foram apresentados números de receitas e despesas do município que, segundo ela, mostram a “real situação financeira” e impossibilitam qualquer aumento de despesas.

“Fiz questão de chamá-los aqui para dizer diretamente a vocês que não tenho como atendê-los neste momento, embora não seja uma vontade minha”, afirmou Délia Razuk.

Nova assembleia – Nesta sexta-feira, às 8h, os educadores fazem nova assembleia na sede do Simted, para decidir se continuam ou não com a greve parcial.

Os professores reivindicam o reajuste anual do piso nacional do magistério e os administrativos cobram reposição que não recebem há três anos.

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