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Interior

Defensoria encontra casas vazias e busca famílias atingidas por água de barragem

Equipe faz busca ativa das famílias que foram afetadas para orientá-las e verificar se estão recebendo suporte

Por Viviane Oliveira | 22/08/2024 10:24
Propriedade atingida pela água do Nasa Park que virou lamaçal (Foto: Henrique Kawaminami) 
Propriedade atingida pela água do Nasa Park que virou lamaçal (Foto: Henrique Kawaminami)

A Defensoria Pública faz buscas pelas famílias de propriedades rurais que foram atingidas pelo rompimento da barragem na represa do loteamento Nasa Park, na terça-feira (20), em Jaraguari. Ao menos 11 propriedades foram afetadas pelo desastre, mas o número pode aumentar no decorrer da investigação.

Conforme a defensora Regina Célia Rodrigues Magro, coordenadora do Nufamd (Núcleo da Fazenda Pública, Moradia e Direitos Sociais), a equipe localizou alguns moradores e constatou que houve perda significativa. “Também foi encontrada moradia fechada atingida pelo lamaçal. Tinham marcas de lama na paredes. Não havia ninguém na casa, mas tinha criação de galinhas no quintal e alguns animais domésticos. Não conseguimos falar com esse morador”, disse.

Ainda de acordo com Regina, a Defensoria Pública vai acompanhar a reunião que foi marcada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para às 15h30 de amanhã (23), na Procuradoria-Geral de Justiça, com as vítimas já identificadas.

“Neste primeiro momento estamos fazendo a busca ativa dessas pessoas que foram afetadas para orientá-las e verificar se estão recebendo o suporte necessário. Estamos em contato com a Defesa Civil, Imasul e outros órgãos para solicitar informações sobre a parte técnica que vai servir como provas para futura indenização”, destacou.

A produtora rural Luzia Ramos do Prado, de 60 anos, foi uma das que perdeu tudo com o rompimento da barragem. Ela morava há 36 anos na casa que foi atingida, os cômodos foram cobertos por lama e nada pôde ser salvo. Luzia morava com o filho Tiago Adelço, de 35 anos, que nasceu e cresceu no lugar.

Moveis foram levados pela água da barragem da represa que se rompeu (Foto: Henrique Kawaminami) 
Moveis foram levados pela água da barragem da represa que se rompeu (Foto: Henrique Kawaminami)

Os dois tinham uma criação de 16 porcos e mantinham uma horta que garantia o sustento. Oito animais foram arrastados pela enxurrada e a plantação também ficou destruída. Mãe e filho passaram a noite na propriedade do ex-marido de Luzia, que mora em outro terreno próximo e que não sofreu danos após o rompimento da barragem.

Dono do sítio de quatro hectares, Luiz Nery viu boa parte de seu trabalho dos últimos quatro anos ser arrastado em minutos pela água e lama. Porcos, aves e a criação de peixes ficaram perdidos no acidente. Em cinco minutos, se deparou com a água atingindo a altura do joelho e correu para a parte alta da chácara, onde fica sua casa. Lá, estava seguro, mas viu aves serem arrastadas, os sete tanques de peixes também.

Ele criava pacus, pintados e matrinxãs. Foi um investimento de pelo menos R$ 30 mil para a piscicultura. De pacus, ele tinha colocado 4 mil alevinos recentemente. Nery também viu a moradia do caseiro ser atingida pela água, ficando danificada. A moto do funcionário foi arrastada e encontrada cerca de 50 metros adiante, na chácara vizinha, encoberta de lama.

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) abriu inquérito civil para apurar os danos ambientais causados após o rompimento da barragem na represa do loteamento Nasa Park. A instauração do inquérito civil foi publicada na edição desta quinta-feira (22) no Diário Oficial do Ministério Público. A apuração foi aberta pela 1ª Promotoria de Justiça de Bandeirantes.

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