Ex-servidor da Câmara ganha liberdade após assinar delação premiada
Preso dia 5 na Operação Cifra Negra, Alexandro de Oliveira de Souza deixou presídio na sexta-feira; processo está em segredo de justiça
O ex-servidor da Câmara de Vereadores de Dourados Alexandro de Oliveira de Souza é o primeiro dos dez presos na Operação Cifra Negra a obter liberdade. Ele deixou a PED (Penitenciária Estadual de Dourados) na sexta-feira (14), após, supostamente, assinar um acordo de delação premiada para revelar o esquema de corrupção montado no Legislativo da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.
Preso em Campo Grande, onde estava morando, Alexandro de Souza foi assessor direto do vereador Idenor Machado (PSDB), que presidiu a Câmara por seis anos, de 2011 a 2016. Idenor está preso há 12 dias junto com os também vereadores Pedro Pepa (DEM) e Pastor Cirilo Ramão (MDB).
Segundo o Ministério Público, os três chefiavam a organização criminosa responsável em contratar empresas através de licitações fraudulentas e receber propinas mensais.
O ex-vereador Dirceu Longhi (PT) e os empresários da Capital Denis da Maia, Jaison Coutinho, Franciele Aparecida Vasum e Karina Alves de Almeida também estão presos.
Na sexta-feira (14) a Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou os dez presos na semana retrasada e também Patrícia Guirandelli Albuquerque, funcionária do setor financeiro da Quality Tecnologia e Sistemas Ltda., empresa de Denis da Maia.
Delação – A informação sobre suposta delação de Alexandro de Souza foi divulgada nesta segunda-feira (17) pelo colunista político Marcos Santos, do jornal Diário MS.
Ao Campo Grande News, o promotor Ricardo Rotunno não quis confirmar o acordo. Ele lembrou que o processo está em sigilo, por isso o MP fica impedido de relevar detalhes das investigações e demais procedimentos.
Segundo o colunista, foram os próprios representantes do Ministério Público que levaram o alvará de soltura de Alexandro de Souza à penitenciária, na sexta à tarde, após o ex-servidor concordar em colaborar com as investigações e revelar detalhes do esquema de corrupção.
Os outros dez réus continuam presos. As mulheres estão em prisão domiciliar e os homens na PED. Os vereadores foram afastados dos cargos pela Justiça e na quinta-feira substituídos por suplentes.