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Interior

Polícia conclui inquérito e indicia 11 na operação Cifra Negra

Entre os indiciados estão políticos, ex-servidores e empresários acusados de envolvimento no esquema de fraudes em licitações e pagamento de propinas a servidores públicos

Adriano Fernandes e Helio de Freitas | 14/12/2018 21:42
Policiais no estacionamento da Câmara de Dourados, quando foram cumpridos os mandados de prisão. (Foto: Helio de Freitas)
Policiais no estacionamento da Câmara de Dourados, quando foram cumpridos os mandados de prisão. (Foto: Helio de Freitas)

A Polícia Civil indiciou os onze investigados na operação Cifra Negra, acusados de integrar o esquema de fraude em licitações e recebimento de propina em contratos da Câmara Municipal de Dourados, cidade a 233 quilômetros de Campo Grande.

A reportagem apurou que são eles os ex-servidores da Câmara de Dourados, Alexsandro de Oliveira de Souza e Amilton Salina. Os vereadores Pedro Pepa (DEM), Pastor Cirilo Ramão (MDB) e Idenor Machado - que presidiu a Câmara de 2011 a 2016.

O empresário campo-grandense Denis da Maia - que segundo as investigações, efetuava pagamentos mensais para vereadores da Câmara Municipal de Dourados -, Karina Alves de Almeida, Franciele Aparecida Vasun e Jaison Coutinho.

O ex-vereador Dirceu Longhi (PT) e Patricia Guirandelli Albuquerque, que seria funcionária do financeiro da Quality Sistemas, uma das empresas de tecnologia de fachada de Maia,para disputar licitações em vários municípios de Mato Grosso do Sul. 

Todos os suspeitos estão presos preventivamente na PED (Penitênciária Estadual de Dourados). As prisões foram decretadas pelo juiz Luiz Alberto de Moura Filho, da 1ª Vara Criminal de Dourados.

Operação - Batizada de Cifra Negra, a operação investiga fraudes em licitações e pagamento de propinas a servidores públicos. No decorrer das investigações, foram cumpridos cinco mandados de prisão em Dourados e cinco em Campo Grande. 

Segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, a ação é desdobramento das operações Telhado de Vidro e Argonautas, que investigam crimes de fraude em licitação e corrupção ativa.

As investigações apontam que as mesmas empresas se apresentavam em concorrências, agiam em conjunto. Algumas delas só existiam no papel. O objetivo era simular uma disputa de propostas. Para perpetuar o esquema, os envolvidos pagavam propinas a servidores públicos.

Depois de serem contratadas para atender o Legislativo de Dourados através de licitações fraudulentas no período em que Idenor presidiu a Câmara (2011 a 2016), as empresas pagavam “mesadas” a vereadores e servidores da Câmara para se manter no negócio. Estima-se que só Idenor recebia pelo menos R$ 20 mil por mês.

 

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