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Interior

Na Assembleia, fazendeiros dizem que índios vão provocar "falência"

Paula Maciulevicius e Luciana Brazil | 23/05/2013 11:03

Produtores rurais ocupam a Assembleia Legislativa na manhã desta quinta-feira para falar das invasões de indígenas nas fazendas da região entre Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti e também do Conesul.

Alegando impacto em três milhões de hectares de produção, em 29 municípios, o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Rui Facchini disse que a situação das invasões afeta a região mais produtiva do Estado, o que poderia levar à falência nas áreas. “Com essa suspensão, a produção de soja, milho e cana de açúcar deixaria de existir”.

O presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, usou a tribuna para dizer que as questões são de repercussão nacional e que o que está em jogo não é um caso isolado e sim o futuro do Estado.

O foco maior dos produtores foi se manifestar quanto à suspensão da reintegração de posse expedida pela Justiça Federal, que permite a permanência dos terena nas fazendas Querência São José e Buriti, ambas da família Bacha. A primeira propriedade, ocupada desde o início do ano, teve a reintegração suspensa pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região; a segunda teve a suspensão dada pela 1ª Vara da Justiça Federal, pelo mesmo juiz que determinou a reintegração ao fazendeiro Ricardo Bacha.

“Ou segue a Constituição, ou vamos seguir a lei dos homens”, declarou. Chico Maia disse também que os proprietários não querem transformar as áreas em praça de guerra. “Índio precisa do Estado, ser reintegrado na história”, completou.

Ainda na tribuna, ele reforçou que a legalidade está em segundo plano e o que vale é a aglomeração das pessoas. “Se as pessoas se juntarem aqui em frente, elas podem entrar e ocupar a cadeira de vocês?” questionou.

O produtor rural Lincoln Curado, 58 anos, falou do histórico de invasões na fazenda da família, Bom Jesus, também na região de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti. De 2003, até a última ocupação, em 2012, a família fala que não entra na propriedade desde o ano passado.

“A gente não quer violência. Nossa intenção é continuar tudo o que já fizemos naquele lugar”, disse.

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