Sete anos após Uragano, vice de Artuzi quer recomeçar na política
Carlinhos Cantor vai assumir presidência municipal do Podemos, novo partido do senador e presidenciável Álvaro Dias
Sete anos após ser preso por corrupção durante a Operação Uragano, o ex-vereador e ex-vice-prefeito de Dourados, Carlos Roberto Assis Bernardes, o Carlinhos Cantor, está recomeçando a vida política. Ainda respondendo a processo criminal na Justiça estadual, o servidor de carreira da Câmara de Vereadores assume no dia 10 de novembro a presidência municipal do Podemos, antigo Partido Trabalhista Nacional.
Em setembro de 2010, todo o comando político da cidade, servidores municipais e empresários locais foram parar atrás das grades por suposta ligação com o esquema de cobrança de propina comandado pelo então prefeito Ari Artuzi, morto em 2013, de câncer. O caso teve como delator o então secretário de Governo, o jornalista Eleandro Passaia. Cantor também foi preso e só saiu após renunciar ao cargo, assim como Artuzi, três meses depois.
“Não fui condenado em nenhuma ação, pelo contrário o STJ me absolveu da improbidade administrativa”, afirmou o ex-vice-prefeito ao Campo Grande News. Na ação por corrupção passiva em andamento na 1ª Vara Criminal de Dourados, ele aparece como réu juntamente com outras 59 pessoas, entre elas ex-vereadores, ex-secretários municipais e empresários.
Em 2013, Carlinhos ficou dez dias na cadeia por quebrar regras da liberdade provisória após deixar o país sem autorização judicial. Ele viajou para os Estados Unidos e quando retornou, se apresentou à polícia. No dia 14 de maio daquele ano, deixou a prisão por determinação do Tribunal de Justiça Mato Grosso do Sul.
Carlinhos vai assumir o comando do novo partido durante a agenda do senador Álvaro Dias (PR) em Campo Grande, nos dias 9 e 10 de novembro. No terceiro mandato no Senado, o político paranaense tem sido apresentado pelo Podemos como pré-candidato a presidente da República em 2018.
“Tenho experiência pelos cargos que ocupei e principalmente pela história. Essa operação [Uragano] foi uma fatalidade da qual não tive chance de me defender, pelas circunstâncias da época. Continuo acreditando na justiça, pena que às vezes ela vem num momento em que as possibilidades de ressarcimento do dano podem não corrigir os erros”, afirmou Carlinhos Cantor.
O ex-vice-prefeito, que também foi secretário de Esporte, Juventude e Lazer no governo de Zeca do PT, afirma que o Podemos é a chance de recomeço. “Acho que devo recomeçar, principalmente porque aprendi com tudo o que vivi, mas voltar a participar do processo político, acima de tudo, é a oportunidade de corrigir a rota, porque isso podemos! Não penso em cargo eletivo, mas posso orientar aquilo que não se deve fazer”.