Superintendente da PF está na região em que acampamento de índios foi atacado
O superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Edgar Paulo Marcon, foi para a região onde o índio guarani-kaiowá Nísio Gomes está desaparecido desde sexta-feira, quando, segundo a comunidade onde ele vivia, em um acampamento, mais de 40 pistoleiros atacaram o local.
Marcon está em Ponta Porã, onde deve se reunir com o procurador da República Thiago dos Santos Luz, responsável pelo caso no MPF (Ministério Público Federal). O superintendente da PF também poderá ir à área onde houve o ataque.
A investigação da Corporação, que começou a ser feita por policiais de Ponta Porã, foi concentrada em Campo Grande, na delegacia de Defesa Institutcional, que cuida de casos envolvendo populações indígenas.
O chefe da unidade, Alcídio de Souza, já está na região desde o fim de semana, após o ataque vir a público.
O Campo Grande News apurou que a Polícia recomendou ao filho de Nísio Gomes, Valmir Gomes, que não se manifeste mais sobre o caso. Ele já foi ouvido.
O relato dos índios atribui o ataque a pistoleiros contratados por
fazendeiros, em razão da disputa de terras. Eles dizem que os homens
tiraram em Nísio e levaram o corpo dele na caçamba de uma camionete. Também afirmam que uma e dois adolescentes estão desaparecidos.
Ontem, o presidente do Sindicato Rural de Aral Moreira, Osvin Mittanck, afirmou que um dia antes, o dono da área onde os índios estão haviam entrado na Justiça pedindo a desocupação da terra, que está em estudo para ser demarcada como aldeia. Eles estão no lugar há 10 dias e vinham relatando ameaças anteriormente.
A PF e o MPF (Ministério Público Federal) investigam o caso. O acampamento, que começou com cerca de 60 índios, aumentou para em torno de 150 após o episódio de sexta-feira.