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Cidades

Sindicato rural de Iguatemi rebate acusações e nega ameaças a índios

Fabiano Arruda e Paula Maciulevicius | 30/11/2011 20:47
Imagem mostra viatura da Força Nacional e microonibus em local de discussão. (Foto: Reprodução)
Imagem mostra viatura da Força Nacional e microonibus em local de discussão. (Foto: Reprodução)

O presidente do Sindicato Rural de Iguatemi, Marcio Margatto, negou, em entrevista na sede da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), nesta quarta-feira, em Campo Grande, que ele e o prefeito do município, José Roberto Arcoverde (PSDB), tenham ameaçado indígenas numa propriedade rural da cidade no último domingo.

Ele exibiu um vídeo que mostra parte da discussão no dia. No local estavam representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio, Força Nacional, Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e MPF (Ministério Público Federal).

As imagens registram Margatto, que gravava a conversa, pedindo identificação do secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Paulo Maldos.

Cinco camionetes, dois microonibus, três carros de passeio e uma viatura da Força Nacional estavam na área acompanhando a comitiva do governo federal.

No trecho, Maldos e o presidente do sindicato iniciam uma pequena discussão. “O senhor me respeite do mesmo jeito que o respeito”, disse Margatto num momento tenso da gravação.

Lideranças indígenas que aparecem nas imagens começam a afirmar que pelo menos 250 índios morreram no Estado contra nenhum produtor rural.

Para Márcio, a discussão com o integrante do governo federal mostra clima contrário ao de pacificação.

Ele garante que não irá liberar o vídeo, que é a “única prova de que o que foi dito foi inverdade”, pois dois indígenas que aparecem nas imagens estão sob proteção policial.

Margatto contou que foi ao local após ser acionado pelo proprietário rural dono da área em que a comitiva estava por volta das 11h25 de domingo. Ele conta que foi orientado pela Famasul a comparecer.

Na segunda, conforme ele, os indígenas que estavam na área montaram acampamento por volta das 17 horas.

“Gostaria de saber como eu posso ter feito ameaças contra índios se haviam policiais da Força Nacional no local e eles não deram voz de prisão”, questiona, revelando que, junto com ele, no domingo, estavam outras três pessoas, uma delas, um fotógrafo que teve as fotos apagadas por policiais da Força Nacional.

“Fico admirado com pessoas ligadas ao governo federal falando inverdades. É bom quando se fala a verdade. Por felicidade ou infelicidade tenho como provar”, prossegue, referindo-se ao vídeo.

Ele também negou que houve atentado contra indígenas em Iguatemi. E avisou que adotará procedimentos legais contra inverdades que envolveram seu nome.

O presidente da Famasul, Eduardo Riedel, afirmou que, para ele, sobram perguntas e faltam respostas. “Queremos saber o que a Força Nacional estava fazendo com o Cimi, bem como identificar algumas pessoas que aparecem no vídeo”.

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