Agriman e Photosynthesista, os jovens heróis do campo
Independência, valentia e amor entre jovens agricultores. A juventude que toma a frente de uma profissão envelhecida, refresca o setor com novas propostas. Roma. Novembro de 2018. "Fui ao restaurante e vi que servem frutas de verão. Devemos mudar nossos hábitos. A chave da alimentação do mundo não está apenas na inovação, e sim desafiar nossos comportamentos. Não podemos ir ao supermercado e comprar o que queremos em qualquer período do ano, temos que respeitar o planeta. Não podemos espreme-lo como uma laranja", disse a universitária Melissa Buzzolini, interrompida por aplausos durante o encontro "Jovens como condutores da inovação", celebrado no primeiro simpósio internacional sobre inovação agrícola, celebrado na sede da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma. Jovens de todos os continentes compartilharam inúmeros painéis discutindo a sorte da agricultura mundial.
Agriman e Photosynthesista para motivar as crianças a valorizar o campo.
Ente esses jovens há unanimidade. Não pedem trabalho, pedem poder trabalhar, confiança e independência. Pedem que não se contem com os jovens de forma esporádica ou monotemática. Sugerem um conselho permanente de jovens dentro da FAO, para participar em decisões futuras.Também gestionam com a entidade mundial para ter melhores acessos aos dados e a créditos. Também desejam incentivar as crianças a ter uma visão melhor do campo. Criaram dois super heróis: Agriman e Photosynthesista são personagens para valorizar o setor. "Temos de entrar na mente dos pequenos agricultores, que se vejam como super heróis, que podem salvar o planeta". Esta a retórica majoritária no encontro dos jovens do campo. Percebem um panorama no mundo que requer de uma evidente renovação inter-geracional. A média de idade dos agricultores no mundo é de 65 anos. Os jovens se somam às pautas sobre as mudanças do clima como as secas, a desertificação ou a escassez da água. As novas tecnologias perfilam como elemento chave não só em questões técnicas, também para compartilhar informação, tomar decisões, formar-se... entre os jovens ela vai bem mais além do que meros tratores informatizados. "Nascemos em 2008, o mesmo ano que o iPhone", diz a norte americana Severine von Tscharner. E completa: "Ser agricultor é legal. Conseguimos colocar anúncios de agricultores em carros esportivos". Eles estão preocupados com a deterioração das terras e o acesso à água como tarefas chave para trabalhar.
A fábrica de humanos virtuais para comprovar medicamentos.
Fernando Cucchietti, chefe dos trabalhos do Marenostrum IV - o supercomputador mais potente do sul da Europa -, trabalha na criação do que ele chama de "gêmeo virtual", um "doppelganger" (sósia). Será a translação ao mundo real - graças à tecnologia - de um velho mito, aquele que diz que todos nós temos um duplo que nos acompanha. E o mito difundia a ideia de que se o encontrássemos, morreríamos na hora. Uma outra pessoa idêntica a nós, que habita o mesmo mundo, mas que nunca podemos encontrar. O mito que deu lugar a muitos escritos ficcionais - desde o célebre Dr.Jeckyll, de Stevenson ao homem duplicado de Saramago - agora aparece visando o prolongamento da vida. O que busca a equipe de Cucchietti é a possibilidade de simular um corpo humano completo.
Instalado no Barcelona Supercomputing Center, o Marenostrum IV é o terceiro supercomputador mais potente da Europa e o número treze do mundo. Desde sua instalação há um ano, dedica 11 Petaflops à produção científica. Quer dizer que pode executar onze bilhões de operações por segundo. A cifra, que escapa à nossa compreensão, todavia, ainda não é suficiente para atingir o objetivo de Cucchietti. "Há alguns centros especializados em simular ossos das pernas, outros são especializados em coração, outros em rins e alguns outros no aparelho respiratório. Unir todos os órgãos é um objetivo para o futuro. Provavelmente estejamos falando em cinco ou dez anos".
A complexidade de nosso organismo e a precisão da coordenação de todos nossos órgãos, é o que torna tão difícil conseguir uma simulação exata. O objetivo é facilitar aos médicos e cientistas uma ferramenta perfeita para saber, por exemplo, como reage o corpo humano a um medicamento. Cada paciente é distinto e no futuro a medicina deverá ser altamente individualizada. Quer dizer, os médicos estarão em condições de receitar para cada indivíduo e não para cada doença. Isso só será possível quando o "sósia" estiver em pleno funcionamento.