No último reino das mulheres não há coronavírus
Mário Sérgio Lorenzetto | 18/07/2020 08:03
Lago Lugu, o lar dos mosuo, no sudeste da China. Nesse reino, as crianças vivem na casa familiar das mães, e são criadas por elas, suas tias e avós. Nascem fora do matrimônio. Os homens e as mulheres têm encontros noturnos ocasionas, quando desejam. O chapéu de um homem na maçaneta da porta do quarto de uma mulher é o sinal para que outros não entrem. Esses encontros podem ser por uma noite ou por toda a vida. Mas os casais não contraem matrimônio e nem vivem juntos.
Elas têm o dinheiro.
Elas herdam as propriedades, plantam, colhem, negociam e cuidam da prole. Eles se encarregam das tarefas de força. Constroem e reformam casas, sacrificam animais e ajudam nas grandes decisões familiares, mas a última palavra pertence sempre à avó, a matriarca de cada casa.
Elas herdam as propriedades, plantam, colhem, negociam e cuidam da prole. Eles se encarregam das tarefas de força. Constroem e reformam casas, sacrificam animais e ajudam nas grandes decisões familiares, mas a última palavra pertence sempre à avó, a matriarca de cada casa.
Hoje, voltada para o turismo.
A comunidade mosuo é composta por aproximadamente 30.000 pessoas. Com a fama adquirida, voltou-se gradativamente para o turismo. Milhares de chineses visitam esse lugar montanhoso comandado, durante milênios, por mulheres. O bem estar instalou-se nos últimos anos. Todas as casas passaram a contar com eletricidade, água encanada, televisão, Wi-Fi e, sem exceção, frequentam escolas. A modernidade está levando ao ocaso o último reino das mulheres, já há muitos casamentos. O patriarcado, a sociedade comandada por homens começa a ter força. Mas continuam sendo extremamente cuidadosas com a saúde. Nessa região, não há nem sinal da covid-19.
A comunidade mosuo é composta por aproximadamente 30.000 pessoas. Com a fama adquirida, voltou-se gradativamente para o turismo. Milhares de chineses visitam esse lugar montanhoso comandado, durante milênios, por mulheres. O bem estar instalou-se nos últimos anos. Todas as casas passaram a contar com eletricidade, água encanada, televisão, Wi-Fi e, sem exceção, frequentam escolas. A modernidade está levando ao ocaso o último reino das mulheres, já há muitos casamentos. O patriarcado, a sociedade comandada por homens começa a ter força. Mas continuam sendo extremamente cuidadosas com a saúde. Nessa região, não há nem sinal da covid-19.
O maior reino das mulheres fica na Indonésia.
As mulheres de mosuo não estão sozinhas. Há duas grandes comunidades hindus com características semelhantes: comandadas por mulheres. Os garo e khasi são comunidades que, juntas, perfazem um milhão de pessoas. Em uma família khasi quem herda a propriedade é a filha mais nova. As mulheres garo também são as herdeiras das propriedades, mas são os homens que tomam as decisões.
As mulheres de mosuo não estão sozinhas. Há duas grandes comunidades hindus com características semelhantes: comandadas por mulheres. Os garo e khasi são comunidades que, juntas, perfazem um milhão de pessoas. Em uma família khasi quem herda a propriedade é a filha mais nova. As mulheres garo também são as herdeiras das propriedades, mas são os homens que tomam as decisões.
A maior sociedade comandada por mulheres fica na Indonésia. Os minangkabau são uma imensa comunidade de oito milhões de pessoas. Nela, as mulheres são as herdeiras. Quando casam, os homens mudam para as casas delas. Mas são eles que ocupam os melhores cargos políticos e religiosos. Como entre os mosuos, não há notícia de que, nessas três comunidades sob o comando das mulheres, exista coronavírus. Todas são extremadas nos cuidados sanitários. Não a toa, 70% do pessoal de saúde no mundo é feminino.