Osteoporose, a enfermidade silenciosa
A protagonista desta história é minha mãe. Ela têm osteoporose. Com 94 anos, sua relação com essa enfermidade esquelética não é atual, começou a mais de uma década quando sofreu uma grande fratura no fêmur. A cirurgia envolveu grande risco devido aos perigos inerentes à idade relativos à anestesia. O cardiologista não aceitava que ela passasse por uma cirurgia. Durante os anos seguintes a realização de várias radiografias da zona afetada confirmou a diminuição progressiva de massa óssea.
Minha mãe faz parte das 10 milhões de brasileiras que apresentam osteoporose. Sua história é a mesma de milhões de tantas outras mulheres que vivem no Brasil. Esse é um mal que aumenta com a idade e que se estima até dezembro outras 140 mil mulheres começarão serão acometidas. Uma em cada três brasileiras, acima de 45 anos de idade, têm osteoporose. A incidência da doença varia de 14% a 29% em mulheres com 50 anos de idade e chega a 73% das que atingiram os 80 anos. Em mulheres acima de 50 anos, o risco de fratura do colo do fêmur é de 17% e da coluna, de 16%. A presença de uma fratura vertebral dobra o risco de futuras fraturas vertebrais. Na maioria dos casos as mulheres não sofrem um revés, nem fazem um mal gesto, nem caem...simplesmente, quebram um osso. Normalmente esse osso é o fêmur, o quadril, a coluna e a munheca.
Brasileiro não ingere quantidade correta de cálcio.
Um dos nutrientes mais importantes para a saúde dos ossos e dos dentes está em falta nos brasileiros. Segundo um estudo realizado pela Fundação Internacional de Osteoporose, o consumo no Brasil está abaixo do ideal. Os dados apontam que os brasileiros acima de 20 anos ingerem apenas 505 miligramas de cálcio por dia. Segundo a Organização Mundial de Saúde o ideal é 1.000 miligrama. Conhecido como o "Mapa do Cálcio", a Islândia ficou em primeiro lugar no ranking das nações com consumo adequado do mineral, com uma média de 1233 mg por dia. O Brasil ocupou o lugar 43 nesse ranking.
Essencial para a construção e manutenção dos ossos e dos dentes, o mineral também é fundamental para a contração muscular e para a transmissão dos impulsos nervosos.
A dieta adequada para a quantidade necessária de cálcio.
A adoção de uma dieta adequada em cálcio desde a infância, além de manter a prática de atividade física regular e não abusar no consumo do álcool, poderá garantir uma "reserva óssea" para quando o corpo necessitar. Mas o consumo correto de cálcio não deve se dar apenas na infância e adolescência, quando os ossos são formados, na fase adulta há menor produção de tecido ósseo, o que exige o reforço de cálcio.
Leite, leite, leite. Sem lácteos, a osteoporose te aguarda.
Os produtos lácteos são a principal fonte de cálcio. Cada miligrama do líquido possui um miligrama de cálcio. No Brasil, os adultos ingerem poucos lácteos. Há uma difusão de falsas notícias - na saúde também as fake news atacam - dizendo que as pessoas não devem tomar leite. Isso é completamente errado. Apenas um copo de leite de 200 ml não é suficiente para repor a quantidade de cálcio necessária diariamente. É preciso complementar com pelo menos três fatias de queijo e um iogurte natural. Mas é possível encontrar o mineral no almoço, jantar ou lanche.