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Em Pauta

Parem as rotativas! Os robôs já escrevem as notícias

Mário Sérgio Lorenzetto | 04/12/2018 06:44
Parem as rotativas! Os robôs já escrevem as notícias

Parem as rotativas! Desta vez não chegou nenhuma "bomba" de última hora à redação. A questão é que o jornal-papel vive suas últimas horas. As pessoas só leem notícias em seus celulares e computadores. A transformação digital golpeou com força os meios tradicionais de comunicação, que buscam, desesperadamente, o modelo de negócio sustentável para apostar no futuro.
Mas a crise não atingiu apenas os antigos proprietários desses meios de comunicação. Atingiu fortemente as redações. Ninguém está a salvo. Os computadores passaram a escrever as notícias e a escolher as fotografias. Isso se chama "reduzir os custos de produção". A inteligência artificial vem jogando um papel destacado nesse processo, concretamente na redação de artigos com uma perspectiva mais local. A digitalização afetou enormemente este tipo de informação. Quanto mais reduzido é o público a que se destina a notícia, mais difícil de monetizar, de ter lucro.

Parem as rotativas! Os robôs já escrevem as notícias

RADAR, o programa britânico que escreve notícias regionais.

A Associação de Imprensa do Reino Unido, em colaboração com a empresa Urbs Media, desenvolveu "Repórter, Dados e Robô" - RADAR, uma iniciativa que permite escrever histórias regionais para meios de comunicação por meio da automatização graças à informação que recolhem de fontes de dados abertas de departamentos governamentais e autoridades regionais. Calculam uma economia de 20% do tempo que dedicam seus jornalistas para escrever informações corporativas. RADAR recebeu 700.000 euros da "Digital News Initiative", um fundo de financiamento do Google que busca apoiar projetos de inovação jornalística. Durante seu primeiro mês em funcionamento gerou uma dezena de notícias das que saíram múltiplas versões locais que foram publicadas por diferentes meios de comunicação regionais do Reino Unido. O sistema está dando seus "primeiros passos". Ainda é um bebê. Logo mais produzirá 30.000 notícias por mês.

Parem as rotativas! Os robôs já escrevem as notícias

Heliograph, o robô do The Washington Post.

Desde o momento em que o fundador da Amazon comprou o tradicional The Washigton Post, as máquinas computacionais não pararam. Criaram o Heliograph, um robô que utiliza inteligência artificial para escrever notícias sobre política e cobrir eventos esportivos. Uma das primeiras coberturas do Heliograph foi nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Naquela "distante" data (ontem é muito distante para a informática), já emitia alertas e pequenas informações para os leitores do jornal que estivessem conectados a seu site. Durante o primeiro ano o sistema produziu 850 notícias, 60% delas sobre as eleições presidenciais nos Estados Unidos. O diretor de iniciativas estratégicas do jornal conta que antes do Heliograph so conseguiam acompanhar poucas partidas de futebol americano e de basquete. Hoje, acompanham todas, "uma cobertura quase instantânea para ler e compartilhar".

Parem as rotativas! Os robôs já escrevem as notícias

Os computadores também gostam de fotografias.

As aplicações da inteligência artificial transcende o texto e penetram na parte gráfica. O Huawei Mate 20 Pro é um bom exemplo dessa tecnologia. Com a introdução dessa tecnologia no terminal do jornal, é possível realizar melhores fotos. Os algoritmos estão treinados para ressaltar certos elementos através do contraste de imagens e otimizá-los um a um. A Huawei também utiliza inteligência artificial para reconhecer até 4.500 imagens por minuto, o que permite detectar todo tipo de objetos cada vez que o usuário precisa de uma foto. Além disso, permite traduzir textos bastando apontá-lo com a câmera do celular.

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