Custo da cesta básica apresentou queda de 1,09% em agosto, segundo pesquisa da Semac
Batata, alface, feijão, açucar, óleo larana e banana contribuiram para a baixa de preços
O consumidor campo-grandense pagou menos pela alimentação em agosto. O decréscimo no valor da Cesta Básica Alimentar Individual, em relação ao mesmo período do mês anterior (julho), foi da ordem de 1,09%, segundo pesquisa divulgada hoje (5) pela Secretaria de Meio Ambiente, do Planejamento e da Ciência e Tecnologia (Semac). Enquanto em julho a cesta básica individual custava R$ 242,78, em agosto o preço caiu para R$ 240,14.
Os alimentos que mais contribuiram para esta "queda" foram a batata, que sofreu um decréscimo de 15,95%, a alface (-7,15%), o sal (-4,76%), a laranja (-3,11%), o feijão (-2,17%), o açucar (-1,54%), o óleo de cozinha (-9,59%) e a banana (-0,72%). Outros cinco produtos apresentaram alta, mas não influenciaram no valor da cesta básica. A margarina, por exemplo, subiu 9,59%, o tomate 4,28%, o arroz 3,62%, a carne 2,26% e o leite 0,53%. O pão e o macarrão mantiveram preços inalterados.
Em relação ao acumulado nos últimos 12 meses, a cesta básica individual apresentou um acréscimo de 12,50% e no ano - de janeiro a agosto de 2001 - o aumento foi de 0,49%. Se forem considerados os seis últimos meses, no entanto, o acumulado aponta queda de 3,10 %, resultado alcançado principalmente devido à redução de preços, nesse período, de produtos como a laranja, o alface, o açucar, o arroz e o óleo. Já a margarina, o macarrão, o pão, o leite e a carne apresentaram as maiores altas em seis meses.
Alimentação x Renda - Mesmo com a baixa no custo registrada em agosto, a alimentação continua compremetendo grande parte do salário do trabalhador. Segundo a pesquisa da Semac, para adquirir a cesta individual o campo-grandense teve de desembolsar no último mês 44,06% do salário mínimo (de R$ 545,00).
O índice, porém, foi um pouco menor em relação ao comprometimento da renda familiar. A pesquisa apontou que em agosto, a cesta básica familiar compremeteu 39,82% da renda de uma familia com cinco pessoas, considerando uma até cinco salários mínimos (R$ 2.725,00). Em julho, o percentual de comprometimento havia sido de 39,68%.
A Cesta Básica Familiara é composta por 32 produtos de alimentação, cinco produtos de higiene pessoal e sete produtos de limpeza doméstica, selecionados através de hábitos de consumo (Pesquisa de Orçamento Familiar/POF-1989) e as respectivas quantidades, essenciais à sobrevivência adequada.
A pesquisa da Semac apontou que em agosto, o custo desta cesta básica foi de R$ 1.085,00, sendo que no mês anterior o valor foi de R$ 1.081,24, o que representa um aumento de 0,35%. Nos últimos doze meses, a cesta básica familiar registrou alta de 11,26%. Em seis meses o aumento foi de 2,28% e no ano, 4,34%.
Dentre os 44 produtos pesquisados, 21 apresentaram alta, 19 apresentaram queda de preço e quatro mantiveram seus preços inalterados.
No grupo Alimentação (32 produtos), a pesquisa constatou alta de 0,36%, registrado pelos itens: margarina (9,88%); abobrinha (6,87%); cenoura (6,29%); queijo (5,66%); tomate (4,26%); arroz (3,67%); mamão (2,69%); doces (2,57%); carne (2,26%) e frango (1,62%). Alguns produtos tiveram queda: batata (16,03%); cebola (8,75%); alface (7,14%); sal (5,26%); alho (4,06%); ovos (3,49%); laranja (3,13%), feijão (2,18%); açucar (1,65%); trigo (1,17%); óleo (1,16%) e manteiga (0,77%). O pão francês, pão doce, macarrão e couve não registraram alteração de preços.
O grupo Higiene Pessoal também registrou uma variação positiva de 0,50%. Os produtos que mais colaboraram para esta alta foram: sabonete, com 2,99% e dentifrício, 2,14%. Os preços cairam para absorventes (0,55%), papel higiênico (0,46%) e lâmina de barbear (0,11 %).
No grupo Limpeza Doméstica, a Semac verificou uma queda de 0,05%, destacando os seguintes produtos: água sanitária, 6,98%; esponja de (aço), 3,60%; e sabão (pó) 0,29%. Os produtos com registro de alta foram: desinfetante, 3,20%; sabão em barra, 2,74%; cera em pasta, 1,05%; e detergente, 1,00%.
Análise - Na análise dos pesquisadores, a colheita da batata aumentou a oferta do produto no mercado interno diminuindo seu preço. Em relação ao alface, o clima esteve favorável para o cultivo, com volume elevado, ocasionando a queda de preço.
A redução do custo para o sal foi consequência de uma boa produtividade, que aumentou a oferta do produto no mercado interno. As regiões produtoras de cebola também registraram um aumento de safra, o que diminui seu preço em 8,75%, conforme mostrou a pequisa.
Em relação aos produtos que mais tiveram alta, a pesquisa mostrou que, com a falta de promoção nos estabelecimentos pesquisados, a margarina retornou ao seu preço normal refletindo em aumento. Baixo volume do tomate no mercado interno, devido ao período de entressafra, ocasionou a alta do produto no varejo. O mesmo ocorreu com a cenoura, que devido à quebra de produtividade registrou um aumento de preço de 6,29%. A abobrinha também esteve com sua cotação em alta no mercado, subindo até 6,87%.