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Economia

Com alta demanda e sem mão de obra, mecânicas têm de dispensar clientes

Procura por manutenção aumenta ainda mais nas férias, mas oficinas limitam agendamentos

Por Izabela Cavalcanti e Geniffer Valeriano | 20/06/2024 10:13
Carros parados em oficina aguardando serviço ser realizado (Foto: Marcos Maluf)
Carros parados em oficina aguardando serviço ser realizado (Foto: Marcos Maluf)

A falta de mão de obra ainda continua afetando vários setores da economia. Nenhum segmento fica de fora. As empresas chamam, qualificam, abrem vagas que não necessitam de experiência, mas esbarram no sumiço dos trabalhadores.

O problema já é antigo e fica cada vez mais em evidência. Em entrevista ao podcast Na Íntegra, do Campo Grande News, o presidente da Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), Sérgio Longen, ressaltou que “tem emprego para quem quer trabalhar”.

No setor industrial, a demanda é extensa e chega até aos automóveis. Quem sofre não é só o fabricante, mas também as oficinas.

Exemplo disso é Valdemir Spott, de 53 anos, proprietário de uma mecânica localizada na Avenida Presidente Vargas. Há 15 anos tem a oficina.

Valdemir conversando com a reportagem dentro de sua oficina mecânica (Foto: Marcos Maluf)
Valdemir conversando com a reportagem dentro de sua oficina mecânica (Foto: Marcos Maluf)

“O aumento da procura por revisão é maior a partir de outubro, mas pegamos só o que conseguimos fazer. Quando chega esse período precisamos dispensar alguns serviços por não darmos conta”, comentou.

No local, são de cinco a dez serviços por dia, com quatro mecânicos e dois ajudantes. “Mas, ainda falta mão de obra para atender todas as demandas. Hoje em dia não se pode mais ensinar os jovens, apenas pelo menor aprendiz, ou então temos que pegar alguém com 18 anos, mas quando eles chegam nessa idade já não querem mais ganhar um salário mínimo e nem trabalhar nessa área", pontuou.

A situação não é diferente para o mecânico Gilberto Souza, de 54 anos. Há 40 anos está na profissão e atua na oficina do pai, localizada na Avenida Júlio de Castilho.

Ele relata que nas férias de julho, o movimento até melhora um pouco, mas o “boom” é a partir de outubro, que chega a ter alta de 30% a 40% nas revisões.

Gilberto ao lado dos certificados de cursos de mecânica feitos por ele (Foto: Marcos Maluf)
Gilberto ao lado dos certificados de cursos de mecânica feitos por ele (Foto: Marcos Maluf)

“Muitas pessoas, realmente, têm procurado a gente nas revisões de férias, mas são trechos curtos, para Bonito, Bodoquena, Rio Verde e visitas de parentes. A gente tem feito alguns reparos de revisão que inclui a troca de óleo, filtros, revisão preventiva de correias, mas não tem um aumento significativo, como nós temos no final do ano”, destacou.

Gilberto também ressalta que é necessário profissionais qualificados para acompanhar a evolução dos veículos.

"Muitas vezes temos que dispensar o serviço, pois nós não conseguimos atender toda a demanda. Realmente existe uma deficiência, porque já vem a questão do jovem se preparar para linha de manutenção. Os veículos se aperfeiçoaram, principalmente, na parte eletrônica e ainda falta profissional qualificado neste segmento”, destacou.

Ainda de acordo com ele, por dia, faz agendamento de dez carros e dispensa de três a quatro veículos por não conseguir atender. Por lá são quatro mecânicos e três auxiliares. Ele diz que para conseguir atender toda demanda, teria que contratar mais dois mecânicos.

Veículos em MS – De acordo com dados do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito), em Mato Grosso do Sul, a frota de veículos é de 1.849.641.

Deste total, 1.379.483 são veículos de passageiros; 253.805 veículos de cargas; 117.687 carros especiais; 25.885 de tração; 72.255 misto; 520 de coleção; e 6 de corrida.

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