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Economia

Poupança para o futuro, previdência privada tende a crescer com reforma

Ricardo Campos Jr. | 14/12/2016 07:23
(Foto: Reprodução Facebook)
(Foto: Reprodução Facebook)

O setor de previdência privada deve ser um dos grandes beneficiados pela reforma proposta pelo governo de Michel Temer (PMDB) em análise pelo Congresso Nacional, e que prevê aumento no tempo mínimo para a aposentadoria. Segundo o assessor de investimentos Eliseu Nantes, sendo obrigada a ficar mais tempo no mercado, a população tende a recorrer cada vez mais a esse tipo de serviço.

Ele explica que além de flexível quanto aos valores pagos mensalmente, a previdência privada permite o recebimento da “pensão” antes das idades exigidas pelo poder público, já que não há tempos mínimos de contribuição.

Conforme o especialista, a diferença nos dois sistemas está na forma como o dinheiro é gerenciado. No caso da previdência pública, é como se as gerações mais novas pagassem os benefícios das mais velhas esperando terem o mesmo tratamento quando chegarem àquelas idades.

“A Previdência Social é um pacto entre gerações. Isso quer dizer que todos no Brasil não contribuímos para um fundo que cubra a nossa aposentadoria no futuro. O dinheiro sai do nosso bolso e vai para o bolso do aposentado e não existe uma capitalização nesse meio tempo”, explica Nantes.

No entanto, se a população envelhece, consequentemente a sociedade terá mais pessoas recebendo benefícios e menos pessoas bancando essas aposentadorias, o que gera o rombo no setor.

Diferença - No caso da previdência privada, é como se a pessoa fizesse uma poupança, investindo em um fundo para usufruir quando decidir parar de trabalhar. “Você contribui para você e não compartilha com ninguém. Essa contribuição que você faz todos os meses ela rende juros, ela é capitalizada. Esses juros que fazem a diferença. Se no Brasil existisse essa capitalização, não teríamos esse rombo. O sistema, ele tende ao fracasso”, avalia o assessor de investimentos.

Isso quer dizer que sobre a quantia paga às seguradoras é aplicado um acréscimo de juros anual, que varia de 8% a 15%.

“Na hora que a pessoa faz a contratação ela faz uma simulação do que ela quer ganhar. Uma pessoa de 25 anos que quer se aposentar com 60, por exemplo, vai a uma seguradora e fala que quer ganhar dez mil reais quando atingir aquela idade. Então calcula quanto ela deve contribuir por mês. Monta essa estratégia e começa a segui-la”, diz Nantes.
Além disso, não existe a obrigatoriedade em depositar todos os meses os valores. Se o cliente passa por dificuldades financeiras, ele suprime o pagamento, no entanto, deixa de acumular.

No momento da contratação de uma previdência privada, o especialista orienta a prestar atenção na taxa de administração, que é o valor cobrado pela seguradora sob as mensalidades. “Se você contribui com R$ 200 por mês, por exemplo, pode tirar R$ 10 a R$ 5 como efeito de taxa e, efetivamente, se contribui com 190 reais”, pondera o assessor de investimentos.

Várias seguradoras que oferecem planos de previdência privada estão relacionadas a instituições bancárias. Segundo Nantes, isso não quer dizer necessariamente que os planos sejam mais ou menos seguros, já que por lei, os bancos ligados a essas empresas não podem usar aportes financeiros para cobrir rombos, deixando-as sujeitas às mesmas condições das particulares.

“A questão é que a instituição do governo que faz o monitoramento e fiscalização das seguradoras é muito mais exigente do que qualquer outra coisa. Se não tiver reserva para cobrir os clientes, já pode ser multada ou vender a participação para outra empresa”, explica o especialista.

É possível ainda, segundo Nantes, fazer planos de previdência privada para os filhos, mesmo que sejam menores de 18 anos, o que pode garantir aposentadoria ainda mais cedo ou o uso do montante no pagamento da faculdade, por exemplo.
"Na previdência infantil, você assina e faz a contribuição. Quando a criança tiver 18, ou ela saca para cobrir algum projeto ou ela converte a uma previdência normal e continua pagando”, conclui.

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