Atletas superam adversidades e inspiram corrida “mais inclusiva” do Brasil
Em sua 7ª edição, evento incentiva a doação de medula óssea e arrecada fundos para o Hospital do Câncer e Apae
A 7ª edição da Corrida Sangue Bom, realizada neste domingo (23), trouxe uma onda de inspiração e solidariedade a Campo Grande. O evento, que incentiva a doação de medula óssea e arrecada fundos para o Hospital do Câncer Alfredo Abrão e a Apae, contou com a participação de atletas que superaram adversidades extraordinárias.
Milene da Cunha Machado, de 41 anos, é um exemplo de superação. Voluntária no projeto Pernas Solidárias, instituição sem fins lucrativos que visa promover a inclusão social de pessoas com mobilidade comprometida, ela compartilhou sua história com emoção.
“Sofri uma lesão na coluna e os médicos disseram que eu nunca mais ia poder andar, no ano de 2018. Foi quando me comprometi com a causa solidária e estou no Pernas desde 2019. É muito especial, pois não é a gente que carrega eles, são eles que nos levam”.
Entre os beneficiados pelo projeto está Maria Valentina, de 6 anos, que nasceu com má formação no corpo caloso e microcefalia. Sua mãe, Valéria Silva, de 57 anos, destacou a importância da inclusão proporcionada pelo evento.
“Levei a Maria Valentina pela primeira vez por causa da inclusão e ela amou. Hoje é um evento lá em casa! É a corrida dela! Eles se divertem, se sentem bem, mas não deveria ser só aqui, deveria ser em todos os locais que ocupam. Eu sou as mãos e os braços da minha filha, então quem exerce a inclusão com ela, é inclusivo comigo também”.
O empresário Paulo Roberto Donato, de 70 anos, e sua esposa Mary Donato, de 68 anos, também participaram do evento. Paulo, que já superou um câncer de próstata, está em busca do Six Major, um reconhecimento para maratonistas internacionais.
“Minha esposa e eu já corremos por 24 anos e essa corrida é a mais importante, pois é a que tem a causa mais importante para nós. É preciso fortalecer a causa, fazer a diferença!”, afirmou.
Mary, que passou por um transplante de medula em 2021, destacou o papel vital da atividade física em sua recuperação. “Atividade física foi fundamental em todos os sentidos, na minha cura e recuperação, pois precisava estar 100% saudável para ter o transplante. Além disso, é o que gostamos de fazer, entendemos a importância que essa corrida tem”, pontuou.
Carlos Alberto Rezende, conhecido como professor Carlão, presidente do Instituto Sangue Bom e idealizador do circuito de corrida, celebrou o crescimento e a adesão dos atletas no o evento, que se tornou tradição em Campo Grande.
“Essa é a corrida com mais inscrições de doadores de sangue e medula do país. São quase 2 mil inscrições, que agora fazem parte do circuito Sesc de corridas. Nesta sétima edição, já estamos consolidados no calendário de esportes do Estado e somos a corrida mais inclusiva e solidária do Brasil. Além da doação do valor arrecadado, com as inscrições, ao Hospital do Câncer Alfredo Abraão, também arrecadamos alimentos para as vítimas do Rio Grande do Sul”, disse o professor.
A Corrida Sangue Bom terá três percursos: 15 km para atletas profissionais, 5 km para intermediários e 3 km para iniciantes. O percurso de 15 km foi aferido pela Federação de Atletismo, permitindo que os atletas utilizassem seu desempenho para inscrições no Bolsa Atleta ou outras finalidades esportivas. Seis pontos de hidratação foram distribuídos ao longo dos 15 km, garantindo o bem-estar dos corredores em todos os trajetos.
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