MS exporta pesquisa e tecnologia da carne carbono neutro
Eficiência comprovada do sistema e o apelo para a sustentabilidade são fatores que impulsionam a busca
Os modelos de sistemas integrados de produção, seus benefícios e desafios são assuntos recorrentes em eventos técnico-científicos pelo País. Roberto Giolo é um dos pesquisadores da Embrapa-Gado de Corte, sediada em Campo Grande (MS) presentes em feiras e em vitrines de sistema silvipastoril com gado, pastagem e eucalipto. Ele apresentará o protocolo Carne Carbono Neutro, uma certificação que identifica carne produzida em sistemas que neutralizam emissões de gases de efeito estufa. A média de atividades relacionadas à transferência de tecnologia e comunicação de Giolo este ano, por exemplo, está ao redor de três por mês, entre palestras, artigos, entrevistas e curso.
Recentemente na Expoforest em Guatapará, região de Ribeirão Preto (SP) não foi diferente. Segundo ele, a “temática está em ascensão desde 2015 e a cada ano aumenta mais. As mudanças climáticas, as possibilidades por meio do crédito de carbono, a eficiência comprovada dos sistemas e o apelo para a sustentabilidade são fatores que acredito impulsionar tamanha busca”, afirma.
Em viagem recente ao Acre, o pesquisador atualizou técnicos e extensionistas sobre a evolução da pecuária de baixo emissão de carbono, durante o Workshop de Pecuária realizado na ExpoAcre 2023. Giolo ainda esteve no PEC Nordeste, em Fortaleza (CE), ao lado do melhorista da Embrapa-Gado de Corte, Antonio Rosa, levando esse modelo sustentável de pecuária. Rosa, aliás, mostrou como as ferramentas de genética aplicada podem contribuir e ampliar esse horizonte.
Este ano ainda, em junho, o pesquisador Roberto Giolo abordou o tema "Pecuária com baixa emissão de carbono", em evento da Embrapa, em Abaeté, Minas Gerais. O sistema de interação é uma das principais apostas do Governo de Mato Grosso do Sul para a chamada descarbonização da pecuária.
Visita aos campos experimentais em Campo Grande
A intensificação das pastagens por meio dos sistemas integrados também levou pecuaristas, consultores e técnicos de mercado da Timac Agro e do Sebrae/RS a enxergar nos protocolos Carne Carbono Neutro e Carne Baixo Carbono uma oportunidade de agregação de valor à produção pecuária.
“Os produtores de bovinos de corte do Rio Grande do Sul não participam ainda de protocolo algum, mas fazem sistemas de integração lavoura-pecuária e alguns já inseriram florestas”, conta Miguel Ferreira, consultor de imersão do Sebrae-RS. No grupo estavam representantes da Associação de Produtores dos Campos de Cima da Serra e das associações de hereford e braford, devon, angus e charolês.
O ganho econômico dos sistemas mostrados por Giolo nessa visita técnica chamou atenção da equipe da Timac Agro. Para Cecinio dos Santos Neto, supervisor de desenvolvimento de mercado, “ao se respeitar as limitações de cada região e o manejo da propriedade rural, mais intensificado se torna o sistema, gerando produtividade e menor custo de produção e vimos isso nos resultados apresentados”.