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Meio Ambiente

Campo Grande mede só dois poluentes no ar, quatro a menos que o recomendado

Entenda como é feita a medição do Material Particulado PM10 e PM2,5, analisados na estação da Capital

Por Izabela Cavalcanti | 10/09/2024 11:59
Estação de Qualidade do Ar instalada na UFMS, em Campo Grande (Foto: Divulgação/UFMS)
Estação de Qualidade do Ar instalada na UFMS, em Campo Grande (Foto: Divulgação/UFMS)

A única Estação de Monitoramento do Ar de Campo Grande, a QualiAr, atribuiu nota 89 para a qualidade do ar de Campo Grande, considerada “ruim”. Isso porque o equipamento só mede dois poluentes na Capital, sendo que o ideal seria seis.

A estação está instalada na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e teve início em 10 de março de 2021.

O professor do Instituto de Física da universidade e coordenador da QualiAR, Widinei Alves Fernandes, explica que na Capital só funciona os analisadores de Material Particulado (PM10 e PM2,5), que são comparados ao tamanho de grão de areia e fio de cabelo, respectivamente.

“A qualidade do ar é medida através da obtenção da concentração dos poluentes suspensos na atmosfera em Campo Grande. Só temos monitorado as partículas, que são muito finas e são oriundas de fumaça, mas também de diversas fontes, dentre elas os veículos. É um poluente proveniente de fumaça e também veicular”, pontuou.

Índice da qualidade do ar de Campo Grande, medido às 11h, divulgado no site QualiAr (Foto: Reprodução/QualiAr)
Índice da qualidade do ar de Campo Grande, medido às 11h, divulgado no site QualiAr (Foto: Reprodução/QualiAr)

O Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) preconiza um conjunto de poluentes que se deve monitorar, que são: material particulado (MP10); material particulado (MP2,5); ozônio (O3); monóxido de carbono (CO); dióxido de nitrogênio (NO2); e dióxido de enxofre (SO2).

“Embora nós tenhamos esses outros analisadores, o que nós não temos é recurso para colocá-los em funcionamento, por isso, estamos buscando parceria com o Imasul para a obter esses recursos”, explicou Widinei.

Em relação as notas, é considerada boa de 0 a 40; moderada, de 41 a 80; ruim, de 81 a 120; muito ruim, de 121 a 200; e péssima, de 201 a 400.

A qualidade do ar com condição “boa” é o recomendado pela Organização Mundial da Saúde para ser considerado o mais seguro à saúde humana.

Além de Campo Grande, também tem estação de monitoramento em Ribas do Rio Pardo, da Suzano, e dois em Três Lagoas, sendo um da Suzano e outro da Eldorado.

Tabela mostra notas equivalentes às condições do ar (Foto: Reprodução/QualiAr)
Tabela mostra notas equivalentes às condições do ar (Foto: Reprodução/QualiAr)

Poluentes monitorados – PM10 são definidas como partículas com um diâmetro não superior a 10 µm (micrometro). São essas as partículas consideradas como maior risco para a saúde, já que consegue penetrar profundamente ao nível dos pulmões e atingir os alvéolos pulmonares. A QualiAr explica que podem ser emitidas diretamente para o ar ou serem formadas na atmosfera por precursores gasosos.

Já as partículas PM2,5 são com um diâmetro de 2,5 µm (micrometro). São emitidas, principalmente, durante fenômenos de combustão ou por reações químicas de gases precursores presentes na atmosfera.

Metade das emissões são ocasionadas pelo setor residencial e mais de um quarto pelo transporte rodoviário.

Widinei explica que o analisador dessas partículas fica o tempo todo puxando o ar que está no ambiente, simulando a respiração de um nariz.

“A primeira parte, ele [ar] entra dentro de uma cabeça seletiva, onde só permite passar o tamanho de partícula predeterminado para o equipamento. Esse PM2,5 só vai deixar partículas com diâmetro de até 2,5 micrômetros entrar dentro desse equipamento e ele se deposita num filtro, que é pesado a cada instante. Então, vai obtendo a massa dessa concentração e esse fluxo de ar é conhecido, é medido também”, explicou.

Ainda de acordo com ele, o filtro tem que ser trocado de tempos em tempos e também permite analisar as partículas para ver a composição deste material.

Os filtros são encaminhados para a Universidade Estadual de Londrina, que tem parceria com a UFMS, para analisar se tem composição química do material que está sendo depositado no filtro e que também deve estar sendo inalado pelas pessoas.

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