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Meio Ambiente

De novo, fumaça vinda de longe encobre céu de Campo Grande

Ela é emitida por incêndios que atingem Pantanal, Cerrado e Amazônia, além de Paraguai e Bolívia

Por Cassia Modena | 03/09/2024 09:08
Horizonte cinzento é visto para quem desce a Avenida Euler de Azevedo em direção ao Centro de Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Horizonte cinzento é visto para quem desce a Avenida Euler de Azevedo em direção ao Centro de Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

Os prédios vistos no horizonte por quem está descendo a Avenida Euler de Azevedo em direção ao Centro de Campo Grande parecem até estar cobertos por um véu de fumaça. A névoa cinza que passou no último sábado (31) pela Capital, volta a ser vista nesta manhã de terça-feira (3).

Em análise à imagem de satélite, o meteorologista do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), Vinícius Sperling, identifica ser fumaça vinda de longe o que encobre o céu da Capital e outros municípios do Estado.

Ela está até mais intensa em outras regiões. Mato Grosso, São Paulo, Rondônia, Pará, Amazonas, Minas Gerais e até a ponta do mapa brasileiro, no Rio Grande do Sul, também aparecem encobertos pelo poluente emitido por incêndios.

Recorte de mapa mostra fumaça cinzenta sobre Campo Grande e outras capitais, além de Paraguai e Bolívia (Imagem: Reprodução/Zoom Earth)
Recorte de mapa mostra fumaça cinzenta sobre Campo Grande e outras capitais, além de Paraguai e Bolívia (Imagem: Reprodução/Zoom Earth)

O fogo que dá origem à névoa está no Pantanal sul-mato-grossense em menor proporção, explica o meteorologista. Ele destaca que os biomas Cerrado e Amazônia também queimam neste momento, além de Paraguai e Bolívia enfrentarem muitas queimadas. A fumaça que se vê nesta terça-feira em Campo Grande, é uma junção de todas as emissões.

Próximas à Capital - Já o professor Widinei Alves Fernandes, coordenador do Laboratório de Ciências Atmosféricas) da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) avalia, em outra imagem de satélite que mostra focos de incêndio ativo, que queimadas em áreas próximas à área urbana de Campo Grande e em municípios sul-mato-grossenses cobertos pelo Cerrado e Pantanal têm maior contribuição para formar a névoa cinza nesta terça-feira.

Em comparação com a situação no sábado, a maior concentração de fumaça vista em Mato Grosso do Sul veio da Amazônia. "Toda a região a oeste e sul de Mato Grosso do Sul foi até mais impactada do que Campo Grande. Não tem medição de qualidade do ar nessa parte, porém, acreditamos que tenha ficado de moderada a ruim", observou o professor.

Céu cinzento também no Bairro Jardim Centro Oeste, em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Céu cinzento também no Bairro Jardim Centro Oeste, em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

Contexto - Diversas regiões do Brasil são afetadas por uma seca histórica. Em Mato Grosso do Sul, este ano, ela é a maior desde que o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) começou a monitorar índices, há 44 anos. Altas temperaturas favorecem a ignição de incêndios, acrescenta Sperling.

As condições climáticas são favoráveis para o fogo se alastrar descontroladamente, porém, origem natural dos focos iniciais já foi descartada quanto aos incêndios que atingem áreas florestais nos biomas brasileiras.

Polícia Federal, Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), Polícia Militar Ambiental e Ministério Público de Mato Grosso do Sul estão envolvidos nas apurações sobre as causas acidentais ou intencionais das queimadas, além da responsabilização pelo crime ambiental.

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