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EpiMania

Ainda tem como encontrar amor em tempos de pegação? Psiquiatra dá o papo

Ghosting, busca por perfeição e pegação desenfreada; as pessoas estão menos interessadas em relacionamentos?

Por Gabi Cenciarelli e Lucas Mamédio | 05/10/2024 10:07

Assista o 11° episódio do EpiMania na íntegra abaixo:

O 11º episódio do EpiMania, podcast do Campo Grande News, fala sobre os "fenômenos" que estão afetando os relacionamentos nos dias de hoje. O "ghosting", que é simplesmente sumir sem qualquer explicação após um encontro amoroso, ou então o costume de ficar com pessoas diferentes todos os dias, são algumas das práticas que estão afetando quem busca se relacionar. Entre os jovens e solteiros, fica a questão, existe chance de encontrar um amor verdadeiro em tempos de pegação desenfreada?

Pensando nisso, os anfitriões Gabi Cenciarelli e Lucas Mamédio receberam a psiquiatra, psicoterapeuta e escritora Silmara Medeiros. A convidada recentemente lançou o livro "A Namoradeira", onde fala sobre sobre construção de relacionamentos.

A principal questão que surgiu foi se as pessoas estão menos interessadas em se relacionar. Para Silmara, esse não é o caso. "Não é que as pessoas não querem mais namorar, é que só o amor não é suficiente. A maior dificuldade das pessoas conseguirem se relacionar de maneira saudável não é a falta de amor, é a falta de autoconhecimento", explica a profissional.

Ao falar sobre as dificuldades encontradas por quem busca relacionamento, surgiu o assunto do "ghosting". Sobre o assunto, até a diretora de jornalismo do Campo Grande News, Angela Kempfer, sentou na mesa do EpiMania para opinar.

A jornalista, que diz que o mundo está vivendo "o fim da paixão", descreve o desaparecimento sem explicação como falta de responsabilidade afetiva e de maturidade e indaga o motivo desse comportamento. "Por que o homem tem tanta dificuldade de se despedir com mais afeto?", pergunta Angela.

Para a psiquiatra, não é que eles não se despedem. Quando acontece o "ghosting", a pessoa nem chegou a se apresentar. "Cada vez mais a gente observa a falta de vínculo. Venho observando que as pessoas estão mais estressadas, impacientes e essa coisa do superficial vem ficando mais evidente. Com essa mania do descartável, os vínculos não estão mais acontecendo.", explica Silmara.

Outra possibilidade para a dificuldade encontrada pelos solteiros, que foi debatida durante o episódio, foi a procura pela perfeição. A psiquiatra relata que observa que, mesmo existindo pessoas mais superficiais,  muitas vezes também encontra pessoas que buscam parceiros perfeitos, por isso não se comprometem em construir relacionamentos saudáveis.

"Estar com uma pessoa é escolher o bom, o ruim e o meio termo, lembrando que a vida é muito mais feita dos meio termos. Às vezes as pessoas só querem as coisas boas e perfeitas dos outros porque não encontram nelas mesmas", relata Silmara.

Com todas essas dificuldades, não é incomum encontrar jovens desiludidos. Isso faz parte da vivência de uma das anfitriãs, Gabi Cenciarelli. Ela compartilha que, aos 22 anos de idade, não tem sonhos baseados em contos de fadas.

Para os que não acreditam no sentimento, a psiquiatra explica que pode se tratar de uma projeção. Nesse caso, a pessoa não acredita que mereça o amor, então desacredita dele. "Você precisa ser mais amorosa com você. Os outro nos veem através dos nossos olhos. Pra gente olhar pra gente com amor, é difícil", Silmara da a solução.

Para além de procurar ou começar um relacionamento, a conversa também abordou a construção e desenvolvimento daqueles que já estão juntos. Nesse tópico, a dificuldade discutida foi a capacidade de mudança ou adaptação com o objetivo de construir uma vida em casal.

A escritora explica que, depois da paixão, é necessário muito esforço para construção de uma relação saudável e sólida, afinal pessoas são naturalmente diferentes. Ha também quem não acredite na possibilidade da mudança. Mas, para aqueles dispostos a buscá-la, qual o limite dessa mudança pelo outro?

"O desejo da construção de um relacionamento pode mudar alguém. Não é que alguém faz o outro mudar, o outro que muda pelo desejo da construção juntos", explica a especialista.


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