Metas de ano novo são motivações ou frustrações? Psicóloga explica
No episódio da semana, profissional explica que é possível se beneficiar de metas mais amplas e flexiveis
Para assistir o 21º episódio do EpiMania, podcast do Campo Grande News na íntegra, acesse o link abaixo:
2025 começou e, como de costume, as metas para o novo ano se tornaram tema popular. Traçar objetivos para os novos doze meses do ciclo que começa com a virada de ano é cultural, mas levanta o questionamento se elas são eficazes para um ano produtivo ou podem evoluir para frustrações de quem não consegue cumpri-los.
No 21º episódio do EpiMania, os anfitriões Lucas Mamédio e Gabi Cenciarelli, conversaram com a psicologa e psicanalista Lígia Burton Ferreira para falar sobre a questão. Para ela, como a psicanalise não trabalha com 'certo ou errado', as metas de ano novo podem ter consequências positivas ou negativas, dependendo de como são traçadas.
"A meta tem a ver com a nossa fantasia, de ser mais saudável ou de praticar um esporte novo, entre outros objetivos, e isso move nosso desejo. No fim, as metas fazem a gente se movimentar. Mas quando não são realistas, podem gerar frustrações."
O assunto da frustração que pode ser gerada para quem faz metas e não consegue cumprir foi abordado durante a conversa. Lígia explica que a sociedade atual lida com muita ansiedade, e que colocar um período de tempo, como o limite de um ano para realizar os planos, quando não são realistas, pode trazer o sentimento de atraso e sobrecarga.
A profissional ainda explica que as metas podem ajudar a manter uma organização e também a motivar as pessoas a buscarem seus objetivos mas que, além de serem realistas, elas não precisam ser fixas ou imutáveis.
"A gente não precisa cumprir toas as nossas metas. Elas podem servir pra gente se movimentar, mas não podemos esquecer de viver o presente. Em maio, podemos não querer mais o que definimos como meta em janeiro. A questão é saber que podemos desistir"
Outro debate que teve espaço no PodCast foi a satisfação ao conseguir cumprir as metas. A dúvida que surgiu foi: quando a meta é cumprida, as pessoas se satisfazem? Ou sempre buscam por mais?
De acordo com Lígia, não existe apenas uma resposta para os questionamentos. Para ela, o funcionamento das metas é subjetivo e varia para cada pessoa, mas ressalta que o importante é entender como elas podem ajudar individualmente.
"A gente vive em uma sociedade que parece que tem um jeito certo de viver, de se vestir, de comer. Eu acho que a gente tem que pensar sobre isso porque, assim como as metas, isso pode ser uma armadilha, porque pode levar a ideia de que nunca vai ser suficiente. As metas são um problema quando se tornam meios de consumo"
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