Dá tempo de impedir o fim do mundo? Ambientalista fala sobre crise climática
Calor descontrolado, enchentes, queimadas e enchurradas causam medo de meio ambiente não ter salvação
Assista o 12º episódio do EpiMania na íntegra abaixo:
O 12º episódio do EpiMania, podcast do Campo Grande News, fala sobre a crise climática enfrentada pelo mundo e, sobretudo, o Brasil e Mato Grosso do Sul, onde está a maior parte do Pantanal. A conversa abordou o alerta que os ambientalistas estão fazendo sobre a necessidade de combater o desmatamento e as queimadas, já que, se o cenário não mudar, o risco é de chegar a um ponto sem retorno.
O ano de 2024 está sendo marcado por diversas tragédias causadas pela crise climática em todo o mundo. No Rio Grande do Sul, no final de abril deste ano, enchentes atingiram 1/5 do estado e deixaram mais de quatro mil desalojados, 173 mortos e 38 desaparecidos, de acordo com dados divulgados pelo governo do estado. No Pantanal, desde o começo do ano, 1,3 milhão de hectares de área já foram atingidas pelas queimadas, diz pesquisa do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Estas e outras crises climáticas vem causando um certo desespero nos ambientalistas. O medo é de que, se o cenário não mudar, o mundo como é conhecido atualmente, pode acabar. Para falar sobre o assunto, os anfitriões Lucas Mamédio e Gabi Cenciarelli receberam a Daniella França, bióloga e ambientalista.
A profissional que estuda a natureza diz que a situação é preocupante, mas que ainda dá tempo de reverter a situação do meio ambiente. "Nós estamos vivendo uma crise, que já vem de cerca de 200 anos, mas nos últimos anos as coisas pioraram. O planeta está esquentando, e se a gente não controlar isso vamos chegar em um ponto de não retorno, que é esse tal apocalipse. Precisamos lutar contra o fim do mundo".
Outro ponto levantado durante a conversa foi se, com todos os eventos climáticos e estudos que apontam uma crise, a população e os governantes estão agindo para reverter a situação. De acordo com a bióloga, 70% da população é consciente sobre a crise.
"Todo mundo é afetado. Até os ruralistas começaram a entender, sem água não tem plantação. Está sendo conversado, está sendo dito na grande mídia, mas se a gente não cuidar urgente, o mudo como a gente conhece vai sim acabar. Ainda dá tempo de salvar, mas todo mundo tem que acordar, não tem outra forma"
Com tantas informações e estudos sobre os efeitos dessa crise, a urgência de mudança traz questionamentos se existem ações individuais, que o cidadão comum pode fazer para ajudar. De acordo com a Daniella, economizar água, comprar roupas em brechós e reciclar lixo pode ajudar, mas a necessidade maior é de buscar mudança política.
"A primeira coisa que podemos fazer é votar certo. A gente não vai conseguir salvar o mundo apenas economizando água na nossa casa, reciclando lixo. Precisamos fazer tudo isso, mas o que precisamos é votar em quem defende políticas ambientais. Além disso, votar em pessoas que vivem do meio ambiente e em comunidade com ele, pessoas indígenas. Precisamos colocar essas pessoas em posição de decisão"
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.