Afastado há 10 meses, procurador pede à Justiça para voltar à Câmara
MPE-MS se manifestou contrário ao pedido
O procurador da Câmara Municipal de Campo Grande, André Scaff, pede à Justiça a revogação de seu afastamento em virtude da ação em que foi denunciado por lavagem de dinheiro. O MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) já se manifestou contrário à solicitando, opinando pela manutenção da medida.
Agora, tanto a solicitação da defesa quanto à manifestação do MPE serão analisadas pelo Poder Judiciário, que decidirá se mantém ou não as medidas cautelares.
Em setembro passado, Scaff foi preso e para conceder liberdade ao servidor, o juiz determinou que ele ficasse afastado de suas funções na Câmara, onde ocupa cargo via concurso público. É principalmente esta medida que sua defesa tenta reverter.
Conforme a manifestação da defesa, não “existiriam os fundamentos para a permanência de referidas medidas cautelares, vez que, nenhuma das diversas imputações contidas na denúncia estariam relacionadas ao seu cargo inicial, qual seja, procurador da Câmara de Vereadores”.
O pedido é para que André retome suas funções no Legislativo Municipal imediatamente, consequentemente liberando-o da proibição de circular pelo local "considerando a ausência de motivos aptos à mantença das mesmas (medidas)".
Mas, no entendimento do Ministério Público, “resta cristalina” a preocupação da Justiça sobre a influência que o procurador pode ter junto à Câmara.
Denunciado pelo MP, Scaff foi o principal alvo da Operação Midas, que apura os crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica.
Ele também é suspeito de receber propina no valor de R$ 3 milhões, para aditar e renovar contratos de empresas prestadoras de serviços com a prefeitura, no período em que foi secretário de finanças, na gestão de Gilmar Olarte – que durou de março de 2014 a agosto de 2015.