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Política

Bumlai confirma que intermediou convite de general para Lula ir a Angola

Michel Faustino | 27/12/2015 21:45
Bumlai intermediou convite para que Lula fosse realizar palestra em Angola. (Foto: Agência Brasil/Arquivo)
Bumlai intermediou convite para que Lula fosse realizar palestra em Angola. (Foto: Agência Brasil/Arquivo)

O pecuarista e empresário sul-mato-grossense José Carlos Bumlai, preso desde o dia 24 de novembro pela Operação Lava Jato, disse em depoimento à Polícia Federal que intermediou um convite feito pelo general João Baptista de Matos para o ex-presidente Lula participar de um evento em Angola, em julho de 2011. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o empresário confirmou a informação que havia sido dada pelo lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, um dos delatores da força-tarefa.

No depoimento prestado no último dia 21 – em que a PF registrou 18 vezes o nome do ex-presidente – Bumlai relatou que atendeu um pedido de Fernando Baiano sobre uma palestra no Centro de Estudos Avançados de Angola, e conversou o Lula sobre o evento. O pecuarista negou que tenha tratado de assuntos políticos ou comerciais com o amigo, mas acrescentou que “muitas pessoas encaminhavam demandas via e-mail ao Instituto Lula e que, na ausência de respostas, solicitavam ao reinterrogando, na medida do possível, que fizesse contato junto ao Instituto para viabilizar ao menos a apreciação dos pedidos”.

Quando isso acontecia, Bumlai disse que acionava Clara Ant, ex-assessora especial de Lula no Palácio do Planalto e diretora do Instituto. No caso da palestra no país africano, Fernando Baiano disse em setembro à Procuradoria-Geral da República que o então presidente do Instituto de Estudos Angolanos, general João Baptista de Matos queria celebrar os dez anos da organização realizando um seminário, e gostaria que Lula fosse o palestrante principal.

“O general Baptista pediu ao depoente (Fernando Baiano) para intermediar este convite; que na verdade se tratou de uma contratação e Lula recebeu valores para participar de tal evento, pagos provavelmente pelo instituto que o general Baptista era presidente; que então o depoente pediu a Bumlai que intermediasse tal convite, oportunidade em que ele disse que iria falar com Lula; que Bumlai retornou dizendo que seria possível, só que seria necessário verificar a data com bastante antecedência, pois a agenda do ex-presidente estava bastante atribulada”, disse Fernando Baiano.

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