Capital festeja aniversário com vacina no braço: “bênçãos caem”, diz Marquinhos
Cidade que fincou o pé na ciência e conseguiu atravessar pandemia com melhores indicativos do País
Ladeado por painéis fotográficos que nos contam da Campo Grande do passado e do presente, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) já enxerga a cidade do futuro.
Se no ano passado o 26 de agosto, aniversário de Campo Grande, a Capital concentrou quase metade dos óbitos e mortes pela covid no Estado, a cidade que agora comemora 122 anos lidera os números da vacinação. O imunizante é a aposta mundial de passaporte para tempos mais felizes.
“Campo Grande é líder de vacinação, teve uma das menores taxas de covid, Uma cidade em que ninguém morreu durante a covid e de covid sem que estivesse no leito de hospital, com todos os aparelhos ligados, todos os medicamentos. Foram a óbitos porque era a vontade de Deus”, afirma o prefeito.
Na cidade que fincou o pé na ciência, abrindo mais de 70 locais para que o campo-grandense pudesse ter vacina no braço, o gestor conta que seguiu com fé inabalável nas horas mais duras da pandemia.
Quem tem fé, não tem medo de nada. Cada vez que anunciavam as dificuldades, eu dobrava o joelho e Deus mandava a solução. As bênçãos hoje derramam na palma da minha mão e caem em toda cidade. É tudo fruto de fé e oração”, testemunha Marquinhos.
Mais preparado - Ele atribui à vivência religiosa a serenidade para lidar com as pressões de empresários e comerciantes. Campo Grande teve 14 dias de “fecha tudo” em março do ano passado, na chegada da pandemia e depois antecipou feriados para conter o avanço da doença.
Marquinhos relata que sofreu cobranças desrespeitosas, com ofensas que não pouparam nem seu falecido pai. A pedido da família, presente em uma galeria de fotos em seu gabinete no Paço Municipal, ingressou com ações judiciais. Porém, relata que se fiou numa passagem bíblica quando carros de som circulavam com ofensas pessoais contra ele pela cidade.
“Foi o momento que eu estava mais preparado espiritualmente para receber essas pressões. Talvez, em outras épocas, eu não saberia me comportar de maneira tão satisfatória quanto agora. Brigaram comigo, mas eu não briguei. Xingaram o falecido meu pai, vieram aqui na porta me agredindo verbalmente com carro de som e nas redes sociais”.
O salto das UTIs - Para enfrentar o segundo ano da covid, Campo Grande conta com orçamento de R$ 4,6 bilhões. A saúde vivenciou salto no número de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), passando de 116 para 335 leitos. Conforme o prefeito, foram, praticamente, 117 anos em 12 meses.
“Campo Grande tinha 116 leitos em 117 anos. Em um ano, entregamos 219 leitos de UTI para a nossa cidade, que vão permanecer e espero que não sejam ocupados”. De forma detalhada, o prefeito explica o esforço para a abertura de cada leito de UTI.
Não é apenas colocar cama, colchão e escrever na porta uma plaquinha UTI. Tem que ter bomba de infusão, ter passagem de oxigênio, estrutura suficiente de respiradores. Para cada leito de UTI tenho que ter médico intensivista, sete profissionais de enfermagem, enfermeiro padrão, fisioterapeuta, equipe de limpeza”.
No período mais agudo, Campo Grande teve pacientes “internados” em UPA (Unidade de Pronto Atendimento), que não é leito de hospital. “Ainda bem que ficaram em leitos de UPAs, onde tinham respiradores, oxigênio e médicos atendendo”, afirma.
Ritmo de obras – No quesito desenvolvimento, a cidade conseguiu manter as obras públicas, que geram empregos e roda a economia. “Está tendo obras nas sete regiões urbanas e nos dois distritos da zona rural”.
O prefeito cita alguns exemplos: recapeamento de ruas na região do Imbirussu, requalificação do Indubrasil, obras no Parque dos Girassóis, serviços de patrolamento e cascalhamento no Tarumã e Tarumãzinho, obras no São Conrado e Santa Emília.
“Você vem para a região do Anhanduizinho, acabamos de entregar apartamentos perto do Aero Rancho. Se olhar na região do Segredo e Prosa, vai ver máquinas trabalhando”, diz.
No próximo dia 28, serão sorteados 498 apartamentos que serão construídos na região do Cabreúva.
O prefeito destaca que a semaforização de rotatórias diminuíram o estresse dos motoristas. Sobre as tão reclamadas obras no Centro, Marquinhos diz que fazer o trabalho no período noturno, sugestão de muitos campo-grandenses, iria triplicar o custo do serviço para os cofres públicos e a produtividade é menor.
“Toda reforma e mudança traz desconforto. Se você fizer dentro da sua casa uma mínima reforma que for, talvez você tolere, mas seus filhos reclamem que tem poeira. Ou seu vizinho reclame que tem insônia à noite e agora tem barulho o dia todo”.
Pais presentes – A rede municipal de Campo Grande retomou as aulas presenciais em 26 de julho. Cada criança recebe duas máscaras e orientações sobre os cuidados com a covid-19.
“Quando nós voltamos, entre 52% a 54% dos pais aceitavam mandar seu filhos para a aula presencial. Hoje, já está em mais de 80%. E é interessante que muitos pais homens não frequentavam a escola. Nas reuniões de pais, só iam mães e avós. Agora, eles viram que as escolas estão com todos os equipamentos de proteção, com distanciamento nas salas de aulas, alimentação com todo cuidado. E eles, que há três semanas estavam terminantemente decididos a não mandar os filhos, agora já estão autorizando”.
Futuro político – Com nome sempre lembrado para disputar o governo de Mato Grosso do Sul em 2022, Marquinhos Trad diz que o momento é de cuidar da cidade e otimizar o dinheiro público.
Citando os últimos prefeitos da Capital, ele lembra que somente André Puccinelli (MDB) passou de gestor municipal a governador. “Lúdio Coelho não chegou ao governo. Juvêncio, Nelsinho, Bernal e Olarte não chegaram. Dos últimos gestores, só o André chegou ao governo”. Lembrando o aniversário de 122 anos, Marquinhos Trad agradeceu aos outros prefeitos.
Agradeço aos outros gestores que deram a sua contribuição para que, hoje, a gente ame essa cidade e esperar que todos os outros que assumirem essa cadeira sejam tementes a Deus e que procurem fazer Justiça social”.