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Política

‘Delação sem prova é mera papagaiada’, diz advogado de Zeca do PT

Anahi Zurutuza | 19/05/2017 19:20
Ronaldo Franco, advogado, em entrevista (Foto: Marlon Ganassin/Arquivo)
Ronaldo Franco, advogado, em entrevista (Foto: Marlon Ganassin/Arquivo)

Para Ronaldo Franco, advogado do deputado federal José Orcírio Miranda dos Santos, afirma que foi “irresponsável” envolver o nome de Zeca do PT na delação premiada de Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, à Operação Lava Jato. Ele reforça que não há provas de que Zeca recebeu propina da empresa quando era governador.

“O instituto da delação não é como o instituto do testemunho, exige a comprovação. Sem comprovação, é mera papagaiada”, afirmou o defensor, explicando que delatores são obrigados a anexar documentos para provar o que disseram a fim de que a delação seja homologadas, o que não aconteceu em relação ao deputado.

Delação - No depoimento, o próprio Wesley Batista afirma que a JBS não tem mais os registros referentes às supostas propinas pagas ao governador do PT. “Foi um fato de 2003 e nós não temos mais os registros de quanto foi pago de propina”, justificou.

O dono da JBS lembra, entretanto, que Zeca do PT foi beneficiado pelo grupo, mesmo depois de deixar o governo. Em 2010, quando se candidatou a deputado federal, ele teria recebido R$ 1 milhão em doação oficial para campanha e mais R$ 2 milhões “por fora”.

Na delação, Wesley afirma que Zeca foi quem criou o esquema de cobrança de propina em troca de incentivos fiscais. “É um esquema de benefícios fiscais pra redução da alíquota de ICMS. Esse esquema começou com o Zeca do PT. Começou com ele esse esquema conosco”, afirmou.

Ele acrescenta ainda, no depoimento dado no dia 4 de maio deste ano, que acrescentou que as negociações eram feitas por Joesley. “Era com o Joesley, em 2003, onde foi acertado 20% do benefício de redução de ICMS, em contrapartida ao pagamento de propina”, disse.

Em nota, enviada por meio da assessoria de imprensa, Zeca do PT também se defende. Leia na íntegra:

“O deputado Zeca do PT não tem o menor temor da alardeada delação dos executivos do grupo JBS, já que na condição de ex-governador do Estado, nunca pediu e nem tomou conhecimento de que alguém tenha pedido propina ao referido grupo em seu nome ou em nome do seu governo.

Resta desafiado que seja apresentado qualquer prova ou indício do fato aludido na referida delação.

O Deputado Zeca do PT confia que o poder judiciário ao final da apuração saberá distinguir as verdadeiras imputações daquelas que tem um único propósito: Obter benefício com uso indevido da delação premiada.

Deputado Federal Zeca do PT
19/05/2017”

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