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Política

Delator diz que prefeita de Sidrolândia desviou verba para comprar Iphone 14

Vanda Camilo também teria feito manutenção de ar-condicionado privado; denúncia contra ela vai à PGJ

Por Silvia Frias | 18/06/2024 10:45
Vanda Camilo em vídeo postado em rede social no dia 20 de fevereiro (Foto: Instagram/Reprodução)
Vanda Camilo em vídeo postado em rede social no dia 20 de fevereiro (Foto: Instagram/Reprodução)

O ex-servidor do setor de Compras e Licitações de Sidrolândia, Tiago Basso, citou que a prefeita Vanda Camilo (PP) também teria usado recursos públicos para serviços particulares, como a compra de um Iphone 14. O trecho consta da delação do ex-servidor Tiago Basso da Silva, homologada pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) referente aos fatos investigados na Operação Tromper.

O esquema de corrupção descoberto na investigação do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) tem como líder Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o Claudinho Serra, vereador licenciado da Capital. Ele é genro de Vanda Camilo e teria iniciado os desvios quando foi secretário de Finanças de Sidrolândia, a partir de 2021.

Na sexta-feira (14), o juiz Fernando Moreira Freitas da Silva retirou o sigilo da delação premiada feita pelo ex-servidor do setor de Compras e Licitações de Sidrolândia, Tiago Basso da Silva.

Na delação, Tiago Basso diz que Vanda Camilo teria comprado, de forma fraudulenta, um Iphone 14. O aparelho, conforme pesquisa da reportagem, está avaliado em cerca de R$ 6,7 mil pela Apple, podendo ser encontrado a R$ 3,8 mil no mercado.

Segundo o delator, a prefeita também teria ordenado a manutenção de aparelhos de ar-condicionado na casa dela “em tese, com desvio de recursos públicos”. O documento cita, ainda, a construção de “moderno ponto de mototáxi”, sem detalhar como teria ocorrido a fraude relacionada a esta obra.

O teor da delação de Basso foi dividido em anexos. O desembargador avaliou que nem todos tem conexão entre si, o que indica que o desvio atribuído a Vanda não estaria ligado ao esquema comandado pelo genro.

Trecho do vídeo da delação do ex-servidor Tiago Basso da Silva (Foto/Reprodução)
Trecho do vídeo da delação do ex-servidor Tiago Basso da Silva (Foto/Reprodução)

“(...) se porventura houvesse conexão entre todos os episódios declinados nos depoimentos pelo colaborador dos anexos I, II, III e IV, a competência originária para o processamento e julgamento seria desta Corte”, explicou o desembargador.

Por isso, acolheu o parecer da PGJ (Procuradoria Geral de Justiça) e determinou o desmembramento da delação, e que os anexos I, III e IV sejam remetidos à comarca de Sidrolândia. Sobre Vanda Camilo, que tem foro privilegiado, a investigação e ofertamento de denúncia depende de avaliação da PGJ.

Em nota, a prefeita Vanda Camilo diz que reafirma sua inocência em relação às acusações citadas na delação. Diz que exonerou ou afastou todos os servidores denunciados na Operação Tromper. “Nunca me envolvi em atividades ilícitas ou antiéticas, e nunca respondi a nenhum processo”.

Vanda afirma que as acusações tem motivações políticas. “Esta é uma clara tentativa de tentar denegrir a imagem do governo, especialmente devido à proximidade das eleições”. Hoje, a prefeitura posto foto nas redes socias, dando "bom dia" e despachando no gabinete.

Delação – Nos documentos a que o Campo Grande News teve acesso, Tiago Basso diz que foi ameaçado de morte por outro “cabeça” do esquema, o empresário Ueverton da Silva Macedo, o “Frescura”.

Tiago Basso, que estava em prisão preventiva junto com Frescura e Ricardo José Rocamora Alves, declarou que a ameaça ocorreu quando cogitou a possibilidade de um acordo de delação premiada.

Claudinho Serra, Frescura e Ricardo Rocamora formam a “tríade” da chefia da corrupção, segundo investigação do Gecoc e Gaeco. Com a coleta de provas, eles e mais 18 pessoas foram denunciadas pelo esquema de fraudes em licitações para o fechamento de contratos de Sidrolândia.

A investigação apontou que a quadrilha criava empresas ou utilizava de pessoas jurídicas já existentes para participação conjunta nos mesmos processos licitatórios "(...) sem, contudo, apresentarem qualquer tipo de experiência, estrutura e capacidade técnica para a execução dos serviços ou fornecimento dos bens contratados com o ente municipal".

Foram denunciados Carmo Name Filho, Thiago Rodrigues Alves, Milton Matheus Paiva Matos, Ana Cláudia Alves Flores, Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa, Luis Gustavo Justiniano Marcondes, Jacqueline Mendonça Leiria, Heberton Mendonça da Silva, Roger William Thompson Teixeira de Andrade, Valdemir Santos Monção, Cleiton Nonato Correia, Edmilson Rosa, Fernanda Regina Saltareli, Maxilaine Dias de Oliveira, Roberta de Souza, Yuri Morais Caetano, Rafael Soares Rodrigues, Paulo Vitor Famea e Saulo Ferreira Jimenes.

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