Vereador mandou derrubar Portal da Transparência para encobrir desvio de verbas
Gaeco interceptou conversa de Claudinho Serra com Carmo Name sobre esquema em Sidrolândia
“Mas é todo o portal da transparência, tá, tem que derruba (sic) tudo”. A frase foi atribuída ao vereador em Campo Grande, Cláudio Jordão de Almeida Serra, o "Claudinho Serra"(PSDB), em conversa com Carmo Name Junior, investigados por esquema de corrupção em licitações em Sidrolândia. Ambos foram presos ontem, na Operação Tromper. Derrubando o sistema, conseguiam acobertar o pagamento irregular de diárias.
A manobra, segundo investigação do Gaeco (Grupo Especial de Combate à Corrupção), era para encobrir o esquema de desvio sistêmico de verba pública, “em escala típica de organizações criminosas, absurdamente nefasta contra os cofres públicos de onde saqueiam milhões de reais”.
Segundo o Gaeco, a interferência do grupo no sistema do Portal de Transparência da Prefeitura de Sidrolândia foi um dos argumentos para justificar o pedido de mandado de prisão dos investigados na Operação Tromper.
Em conversa interceptada no dia 20 de março de 2023, Claudinho Serra e Carmo Name Junior conversam sobre os dados no portal e da necessidade de tornar indisponível as consultas públicas do portal, a fim de acobertar pagamentos irregulares de diárias.
Claudinho Serra passa instruções para Carmo Name: “Carmo, passa pro chefe aí que eu conversei com o cara lá em Campo Grande lá, é... ele faz sim, mas não apenas o lado das diárias, ele derruba todo portal da transparência da Prefeitura, vai aparecer a frase em manutenção, pelo prazo que a gente quiser, um dia, dois dia, três dia, quatro dia, mas é todo portal da transparência, tá, tem que derruba tudo, não tem mais como faze só os das diárias igual eu tentei fazer aquela vez (sic)”.
O vereador continua. “É, pode derrubar então, mandou deixar em manutenção uns dez dias aí, quinze dias, dá nada não, mas manda ele faze agora pra não entra essas diárias aí”.
Segundo o Gaeco, Claudinho Serra figurou como “mentor e beneficiário do esquema criminoso”.
O grupo é investigado por crimes de fraude em procedimento licitatório, falsidade ideológica, associação criminosa, sonegação fiscal e peculato. Os mandados judiciais foram cumpridos pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e Gaeco, com apoio do Batalhão de Choque.
Para o Ministério Público se trata de "(...) duradouro esquema de corrupção incrustado na atividade administrativa do município de Sidrolândia, formado por uma organização criminosa constituída de agentes públicos e privados, destinada à obtenção de vantagens ilícitas.
Foram presos, além de Claudinho Serra e Carmo Name, Ueverton da Silva Macedo, o “Frescura”, Ricardo José Rocamora Alves, Milton Matheus Paiva Matos, Ana Cláudia Alves Flores, Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa e Thiago Rodrigues Alves.
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