Ex-governador é lembrado por carreira dedicada à democracia no país
Familiares, amigos e políticos participam na noite de segunda-feira (26) de uma homenagem aos 100 anos do ex-governador, prefeito de Campo Grande e senador Wilson Barbosa Martins, na Assembleia Legislativa. A carreira pública de Wilson foi relembrada por ter se pautado na luta pela democracia.
"Wilson tem um século de vida dedicado à democracia", comenta o presidente da Assembleia, o deputado estadual Junior Mochi (PMDB), partido que teve como precursor o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), que teve como um dos fundadores, justamente, Wilson Barbosa Martins.
Em seu discurso, Mochi abriu usando uma frase do popular "Dr. Wilson" quando ele foi prefeito de Campo Grande. As palavras foram disparadas contra conservadores, em 1961, que tentavam impedir a posse do vice-presidente João Goulart, o Jango.
"Abomino os governos violentos, as tiranias, as ditaduras, sejam quais forem as suas tendências" foi a frase dita por Wilson, relembrada hoje. "Tal frase revela que Wilson era um democrata, capaz de enfrentar o próprio partido e defender um adversário, se isso representasse também defender a liberdade".
Outro político presente foi quem propôs a sessão solene, o deputado estadual Eduardo Rocha (PMDB). Ele destaca que o ex-governador é um homem que passa uma mensagem de força e que lutou pela volta da democracia.
"Ele foi cassado, voltou e fez história, em tempos difíceis. A volta da democracia foi uma conquista do Dr. Wilson e o amor por Mato Grosso do Sul foi o legado que ele deixou", comenta Rocha, que lembrou também das frentes de asfaltamento em Campo Grande e Três Lagoas, encabeçadas por Wilson Barbosa Martins.
Memória viva - Outra figura da política regional presente foi a senadora Simone Tebet (PMDB), filha de Ramez Tebet, companheiro político de Wilson e que, por isso, esteve presente em parte da vida de Simone.
"Ele é a memória viva de Mato Grosso do Sul. Viveu e vive para a grande família sul-mato-grossense, um homem que não se contentou em só escrever a história, mas ele fez a história, um homem também de história de vida inatacável", frisa.
A senadora também opina que se houvessem mais pessoas da mesma envergadura do Dr. Wilson no Congresso e no Governo Federal, a situação política atual estaria melhor. "Talvez tivéssemos trilhando outros caminhos e estaríamos visualizando outro futuro para o nosso país", finaliza Simone.
O evento de hoje contou com a presença de várias autoridades. Na composição da mesa, estiveram Rocha, Simone, Mochi, a filha de Wilson, Thais Martins, o prefeito da Capital, Marquinhos Trad (PSD), os senadores Waldemir Moka (PMDB) e Pedro Chaves (PSC), e o secretário estadual de Fazenda, Márcio Monteiro.
Outro membro da mesa foi o presidente do IHGMS (Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul), Paulo Cabral. O instituto realizou o evento em conjunto com a Assembleia e com a Academia Sul-mato-grossense de Letras e tem Wilson Barbosa Martins como um de seus associados efetivos e, agora, também emérito.
Já na plateia, estavam o do ex-governador André Puccinelli (PMDB), o ex-deputado estadual e prefeito de Corumbá, Paulo Duarte (PDT), o deputado estadual Márcio Fernandes (PMDB), o deputado federal Geraldo Resende (PSDB), entre outros.
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) não pode comparecer pois foi ao velório de pai e filho, que morreram em um acidente em Camapuã, mas enviou uma carta, lida por Mochi, justificando a ausência e parabenizando Wilson Barbosa Martins, além de ter enviado o secretário Monteiro como seu representante.