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Política

Iniciada em 2015 e sem ninguém preso, Lama Asfáltica deve acabar em junho

Richelieu de Carlo | 29/03/2017 14:09
Edson Giroto chegando ao Centro de Triagem, após ser transferido da sede da PF em 16 de maio de 2016. (Foto: Marco Miatelo/Diário Digital)
Edson Giroto chegando ao Centro de Triagem, após ser transferido da sede da PF em 16 de maio de 2016. (Foto: Marco Miatelo/Diário Digital)

Deflagrada em 9 de julho de 2015, a Operação Lama Asfáltica deve ter sua conclusão em junho deste ano. Esta, pelo menos, é a previsão do chefe da Controladoria-Geral da União em Mato Grosso do Sul, José Paulo Julieti Barbiere. Após quase dois anos, ainda estão sendo analisados documentos e provas obtidas nas três fases da operação.

A investigação envolve trabalho de força-tarefa da PF (Polícia Federal), CGU (Controladoria-Geral da União), MPF (Ministério Público Federal) e Receita Federal, que apura esquema de desvio de milhões de obras em Mato Grosso do Sul e identificou a existência de organização criminosa para se apropriar dos recursos públicos.

Neste período, pelo menos 15 pessoas foram para cadeia. Entretanto, todas estão soltas aguardando o resultado das investigações.

“Estamos terminando a análise dos documentos e das provas obtidas nas três fases da operação. Esperamos que em junho terminamos o relatório final”, declarou José Paulo Barbiere.

O controlador da CGU afirma também que as equipes de investigação estão examinando contratos e obras em que há suspeita de desvio de recursos. “Estamos analisando novas licitações e contratos. Já foram três operações deflagradas que já resultaram em diversas pessoas indiciadas”, explicou.

Terceira fase apreendeu aeronaves em MT e SP (Foto: Divulgação)
Terceira fase apreendeu aeronaves em MT e SP (Foto: Divulgação)

Histórico – Na primeira ação da força-tarefa, em julho de 2015, mandados de busca e apreensão de material foram realizados para coletar provas sobre o esquema montado pelas empreiteiras para corromper servidores públicos e fraudar licitações de obras públicas.

A organização criminosa, que seria chefiada pelo empresário João Alberto Krampe Amorim, dono da Proteco, era especializada em desviar recursos públicos, inclusive federais, e atuava no ramo de pavimentação de rodovias, construções, prestação de serviços nas áreas de informática e gráfica. Os contratos sob investigação envolvem mais de R$ 2 bilhões.

Batizada de Fazendas da Lama, a segunda etapa deflagrada em maio de 2016, identificou R$ 44 milhões em desvio de recurso público e que foi formada uma rede de “laranjas”, composta por familiares e terceiros, para lavagem do dinheiro de origem ilícita.

Foram presas 15 pessoas, entre elas João Alberto Krampe Amorim dos Santos, dono da Proteco Construções Ltda, além de sua secretária e sócia e suas três filhas, e também o ex-secretário estadual de Obras e ex-deputado federal, Edson Giroto, e sua esposa.

Giroto e João Amorim voltaram a ser presos na terceira fase da operação, denominada Aviões de Lama. Nessa etapa da investigação, foi apontada dilapidação de patrimônio. Ou seja, avião, que segundo a polícia foi obtido com recurso irregular, no valor de quase R$ 2 milhões, acabou vendido.

Além das prisões, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão de aeronaves em Cuiabá (MT), Rondonópolis (MT) e Tanabi (SP).

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