Iniciada em 2015 e sem ninguém preso, Lama Asfáltica deve acabar em junho
Deflagrada em 9 de julho de 2015, a Operação Lama Asfáltica deve ter sua conclusão em junho deste ano. Esta, pelo menos, é a previsão do chefe da Controladoria-Geral da União em Mato Grosso do Sul, José Paulo Julieti Barbiere. Após quase dois anos, ainda estão sendo analisados documentos e provas obtidas nas três fases da operação.
A investigação envolve trabalho de força-tarefa da PF (Polícia Federal), CGU (Controladoria-Geral da União), MPF (Ministério Público Federal) e Receita Federal, que apura esquema de desvio de milhões de obras em Mato Grosso do Sul e identificou a existência de organização criminosa para se apropriar dos recursos públicos.
Neste período, pelo menos 15 pessoas foram para cadeia. Entretanto, todas estão soltas aguardando o resultado das investigações.
“Estamos terminando a análise dos documentos e das provas obtidas nas três fases da operação. Esperamos que em junho terminamos o relatório final”, declarou José Paulo Barbiere.
O controlador da CGU afirma também que as equipes de investigação estão examinando contratos e obras em que há suspeita de desvio de recursos. “Estamos analisando novas licitações e contratos. Já foram três operações deflagradas que já resultaram em diversas pessoas indiciadas”, explicou.
Histórico – Na primeira ação da força-tarefa, em julho de 2015, mandados de busca e apreensão de material foram realizados para coletar provas sobre o esquema montado pelas empreiteiras para corromper servidores públicos e fraudar licitações de obras públicas.
A organização criminosa, que seria chefiada pelo empresário João Alberto Krampe Amorim, dono da Proteco, era especializada em desviar recursos públicos, inclusive federais, e atuava no ramo de pavimentação de rodovias, construções, prestação de serviços nas áreas de informática e gráfica. Os contratos sob investigação envolvem mais de R$ 2 bilhões.
Batizada de Fazendas da Lama, a segunda etapa deflagrada em maio de 2016, identificou R$ 44 milhões em desvio de recurso público e que foi formada uma rede de “laranjas”, composta por familiares e terceiros, para lavagem do dinheiro de origem ilícita.
Foram presas 15 pessoas, entre elas João Alberto Krampe Amorim dos Santos, dono da Proteco Construções Ltda, além de sua secretária e sócia e suas três filhas, e também o ex-secretário estadual de Obras e ex-deputado federal, Edson Giroto, e sua esposa.
Giroto e João Amorim voltaram a ser presos na terceira fase da operação, denominada Aviões de Lama. Nessa etapa da investigação, foi apontada dilapidação de patrimônio. Ou seja, avião, que segundo a polícia foi obtido com recurso irregular, no valor de quase R$ 2 milhões, acabou vendido.
Além das prisões, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão de aeronaves em Cuiabá (MT), Rondonópolis (MT) e Tanabi (SP).