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Política

Justiça decide manter casal Olarte preso por tempo indeterminado

Decisão converteu em preventiva a prisão de quatro investigados por lavagem de dinheiro, associação criminosa, ocultação de bens e falsidade ideológica

Anahi Zurutuza | 19/08/2016 18:24
Casal foi preso em casa, na manha de segunda-feira (Foto: Fernando Antunes)
Casal foi preso em casa, na manha de segunda-feira (Foto: Fernando Antunes)

A Justiça converteu em preventiva as prisões do prefeito afastado de Campo Grande, Gilmar Olarte (PROS), da mulher dele, Andreia Olarte, de Evandro Farinelli e Ivamil Rodrigues de Almeida, que atuavam respectivamente como “laranja” e corretor de imóveis do casal em supostas aquisições fraudulentas. Os quatro agora ficam reclusos por tempo indeterminado.

Na manhã desta sexta-feira (19), O STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou o habeas corpus ao casal Olarte. A defesa de Gilmar e Andreia fez o pedido na terça-feira (16) pela manhã, um dia depois dos dois terem sido presos pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) durante a Operação Pecúnia.

As prisões eram temporárias e, portanto, tinham validade de cinco dias – prazo que findava a meia-noite de hoje. Mas, de acordo com a promotora Cristiane Mourão, a coordenadora do Gaeco, com os documentos coletados por meio de mandados de busca e apreensão, mais evidências dos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, ocultação de bens e associação criminosa apareceram.

“Havia elementos suficientes para pedir a prisão preventiva e o Judiciário entendeu da mesma forma, mantendo os investigados presos”, explicou.

Cristiane detalhou que os pedidos de prisão preventiva foram concedidos para que o casal e os supostos comparsas não interfiram na investigação do Gaeco e nem tenham a oportunidade de ocultar ou destruir provas.

Gaeco também apreendeu documentos na casa do casal e dos outros dois suspeitos (Foto: Fernando Antunes)
Gaeco também apreendeu documentos na casa do casal e dos outros dois suspeitos (Foto: Fernando Antunes)

Operação – As investigações começaram a partir dos dados obtidos com a quebra do sigilo bancário de Andreia Olarte e de sua empresa, denominada Casa da Esteticista.

Ainda segundo o que foi apurado pela Operação Pecúnia, entre 2014 e 2015, enquanto Olarte ocupava o cargo de prefeito, Andreia adquiriu vários imóveis na Capital. Os bens totalizaram R$ 3,6 milhões, com preferência por imóveis em condomínios de luxo.

Alguns bens ficaram em nome de terceiros, com pagamentos iniciais em elevadas quantias (dinheiro, transferências bancárias e depósitos). Conforme a investigação, a princípio, os bens são incompatíveis com a renda do casal.

Também foram presos o empresário Evandro Simões Farinelli e o corretor Ivamil Rodrigues de Almeida. Ivamil é apontado como braço direito do casal nas aquisições imobiliárias fraudulentas e Farinelli é suspeito de ceder o nome para que as compras fossem feitas.

Pecúnia é uma palavra feminina que significa dinheiro.

A reportagem tentou contato com a defesa de Olarte e Andreia neste início de noite, mas não conseguiu. Pela manhã, entretanto, o advogado João Carlos Veiga Júnior havia dito que se as prisões fossem prorrogadas, ele entraria com novo pedido de habeas corpus. O casal alega que todos os bens foram declarados no imposto de renda.

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