OAB reforça segurança para reunião “vigiada” por nacional e após renúncia
A OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul) realiza, sob forte esquema de segurança e as portas fechadas, a primeira reunião do conselho da entidade sob vigilância do Conselho Federal. Este também é o primeiro encontro após a renúncia de 81 integrantes da diretoria e do conselho da instituição.
Os quatro advogados enviados pela direção nacional, o observador Miguel Ângelo Cançado e os três integrantes da comissão – Henrique Mariano (OAB/PE), Valéria Lauande (OAB/MA) e José Mário Porto (OAB/PA) – chegaram há pouco para “vigiar” a reunião do conselho estadual. Cançado disse que o grupo só vai se manifestar no final do encontro.
Eles chegaram e participam de uma reunião com o presidente da OAB/MS, Júlio Cesar Souza Rodrigues, que perdeu o apoio de aliados e está forte bombardeio da oposição. Na segunda-feira, 81 integrantes, incluindo-se quatro dos cinco diretores, renunciaram ao mandato para forçar o afastamento do dirigente e a convocação de eleições suplementares em 50 dias.
Afundado em grave crise desde o contrato entre o presidente e o prefeito cassado, Alcides Bernal (PP), a OAB/MS pode não realizar a reunião de hoje por falta de quórum e ainda não pagar os 170 funcionários por falta de um diretor para assinar a liberação do dinheiro.
“Querem inviabilizar a instituição”, comentou um dos aliados de Júlio Cesar, o advogado José Belga Trad, cotado para assumir uma das vagas abertas pela renúncia. Para outro aliado, Danilo Gordin Freire, a renúncia da maior parte dos dirigentes tem a finalidade de prejudicar a OAB/MS e não o atual presidente.
No entanto, Freire prevê uma solução para a crise em 30 dias. “Não temos vontade de manter brigas, queremos resolver”, ressaltou.
O advogado criminalista Luiz Carlos Saldanha Júnior chegou para a reunião do conselho e aposta na avaliação individual de quem renunciou aos mandatos.
A reunião, que reúne em torno de 30 pessoas, ainda não começou, mas não terá o acesso da imprensa. O presidente da OAB/MS reforçou a segurança e colocou três vigilantes para impedir o acesso da imprensa ao encontro. Em outras ocasiões, nenhum segurança reforçava a entrada da sala de reunião do conselho.
A OAB/MS, que já foi líder de grandes movimentos pela ética na política e contra a corrupção, está mergulhado na mais grave crise da sua história. Ex-presidentes e opositores defendem a renúncia e o afastamento de Júlio Cesar.
O pedido de intervenção será julgado no dia 7 de abril pelo Conselho Federal da OAB.