Secretário de Saúde anuncia mudança na direção do Hospital Regional
Segundo governador, alterações não têm relação com operação do Gaeco, que, no fim de 2018, apontou fraudes em licitações
O secretário de Saúde de Mato Grosso do Sul, Geraldo Resende, afirmou que o Hospital Regional, em Campo Grande, terá mudanças de direção. A partir desta medida, acrescenta, a ideia é fazer com que a instituição de saúde retome o “papel” de referência na alta complexidade do Estado.
“Nós estamos construindo uma direção que passou pelo crivo do próprio corpo clínico do hospital”, afirmou o titular nesta terça-feira (dia 8). Geraldo não citou nomes, mas disse que serão “dois colegas na direção e na presidência e outro para ser diretor técnico e também um auditor da Secretaria de Saúde para ser o diretor financeiro do hospital”.
Para o secretário, a partir das mudanças, uma discussão poderá ser feita a respeito da missão do Hospital Regional. “O HR, ao longo do tempo, perdeu um pouco de seu papel, que deveria cumprir, por exemplo, a gente não sabe qual o tipo de referência tem, qual atendimento podemos ter lá”.
Com a reavaliação dos quadros e situação da instituição, o hospital poderá “avançar” para se tornar um local de referência de cirurgia cardíaca, atendimento de ortopedia, entre outros. O titular não definiu data para anunciar os nomes.
O governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), afirmou, quando indagado, que as mudanças no quadro do Hospital Regional, não tem, “necessariamente”, relação com a operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), deflagrada em 30 de novembro de 2018, que mirou fraude em licitações do hospital.
“Nós não fazemos pré-julgamento e condenação de ninguém. Já era uma ideia do próprio Justiniano [diretor do HR, Justiniano Vavas]. Inicialmente, ele ficaria dois anos, ficou quatro”. A respeito da ação policial, o então diretor está se defendendo, afirma o governador. “São várias pessoas que foram acusadas e já era prevista esta reestruturação no HR. O Geraldo tem autonomia de compor a nova equipe”.
Carga horária e falta de medicamento - O novo secretário foi questionado sobre situações recentes envolvendo o Regional, como suicídio de uma enfermeira e consequente denúncia de carga horária exaustiva, além de falta de medicamentos no HR. “Eu estou chegando, estou tomando pé da situação”. A respeito da profissional, o titular disse que “ela tinha outros problemas”.
Sobre medicamentos, Geraldo reconhece que não deveria “faltar nenhum, ainda mais em uma área tão crítica quanto a área de oncologia”.
A respeito do paciente que trata câncer, cuja medicação faltou, o secretário disse que o caso foi resolvido no mesmo dia. “Arrumamos emprestado o medicamento para ela fazer a oitava sessão de quimioterapia. A imprensa não sabe, mas as sete outras foram feitas pelo Hospital Regional. A imprensa, às vezes, pinça informações e não vê o contexto geral que o hospital está fazendo de bom para o usuário do SUS [Sistema Único de Saúde] do Mato Grosso do Sul”.
O secretário disse, ainda, que vai acionar judicialmente a empresa que venceu processo licitatório, cujo nome não foi revelado. “Venceu o processo licitatório e não sei porque não entregou aquilo que se comprometeu a fazer”.