Fábrica de Ribas vai exportar energia capaz de abastecer duas Campo Grande
Planta de celulose vai fornecer 180 megawatts para o sistema elétrico nacional
Com previsão de iniciar a produção de celulose no primeiro trimestre de 2024, a fábrica da Suzano, localizada em Ribas do Rio Pardo e batizada de Projeto Cerrado, vai ter energia para usar e vender.
Além de garantir o próprio funcionamento, a planta industrial vai exportar 180 MW (megawatts) para o sistema elétrico nacional.
“Para se ter ideia, 180 MW abastecem uma cidade de dois milhões de habitantes. Daria duas Campo Grande e uma Três Lagoas. Como destaque dessa fábrica, nós vamos ter aplicação da tecnologia ecoeficiente. Maximizar o uso da energia térmica para gerar a energia elétrica. Toda energia da nossa operação industrial é produzida aqui e o excedente será conectado ao grid nacional”, afirma o diretor de engenharia do Projeto Cerrado, Maurício Miranda.
A queima da lignina, composto orgânico que “cola” as fibras da madeira, gera a vapor a alta pressão. Ele passa por três turbinas até rodar o gerador, com produção de energia elétrica.
O sistema já é utilizado em Três Lagoas, onde a Suzano tem parque industrial com duas fábricas, que ficam lado a lado. No município, a produção exportada de energia para os sistema nacional é de 150 megawatts.
“A de Ribas do Rio Pardo será muito mais eficiente. Isso é muito positivo, especialmente, no déficit energético que o País tem”, diz Miranda.
De um mirante de 14 metros de altura, se avista o trabalho frenético de homens e máquinas para que a gigante fábrica de celulose, a maior em linha única do mundo e com investimento de R$ 14,7 bilhões, brote da terra vermelha. São 1.800 trabalhadores, 300 caminhões e 150 máquinas de escavação.
Às margens da BR-262 e a 10 quilômetros da área urbana de Ribas do Rio Pardo, o terreno tem 4,5 milhões de metros quadrados (quase 5 km de comprimento por 3 km de largura).
Esse ir e vir de máquinas pesadas vai até metade de 2022. Nesta etapa, é feita a terraplenagem e infraestrutura. “São galerias profundas de drenagem pluvial. Que o termo técnico é underground, debaixo da terra. E também o envelopamento para distribuição elétrica. E tem pavimentação e acesso, fazer as ruas pavimentadas para circular aqui. Tudo isso é a infraestrutura”.
Para começar a construção da fábrica, a empresa precisa atingir alavancagem financeira e aprovação de nova fase. “Após aprovação do conselho, inicia a construção das estruturas da fábrica. Quando estiver na montagem, com praticamente um ano de obra, bate o pico de 10 mil trabalhadores”. O acesso ao canteiro de obra, incluindo o mirante, é restrito aos funcionários.