Crimes mais cruéis de MS terão julgamento no mesmo dia: próxima "sexta-feira 13"
Casos de feminicídios incluem golpe de barra de ferro, incineração e vilipêndio a cadáver
Popularmente tida como de mau agouro, a sexta-feira 13 de agosto, mês que também leva fama de aziago, foi a data escolhida pela Justiça para levar a júri os acusados dos mais cruéis crimes da história recente do Estado: o casal que matou servidora incinerada em Porto Murtinho numa jura de amor e o réu confesso de brutal morte de jovem no Bairro Tiradentes, em Campo Grande.
O primeiro caso agendado para 13 de agosto é o julgamento de José Romero e Regiane Marcondes Machado. Os dois foram pronunciados pelo assassinato da funcionária pública Nathália Alves Corrêa Baptista, 27 anos, em Porto Murtinho, a 431 km de Campo Grande.
Em julho de 2019, a jovem foi morta e teve o corpo incinerado, com as cinzas jogadas no Rio Paraguai. No pano de fundo da barbárie, uma “jura de amor”. Tanto Regiane quanto a vítima mantinham relacionamento amoroso com Romero, que era gerente de pousada em Porto Murtinho. Conforme a versão de Regiane, que é professora, Nathália foi dopada e morta a golpes de barra de ferro pelo homem, como "prova de amor" à amante.
Depois da morte, o corpo foi levado para a casa de Regiane, sendo incinerado. Os réus foram denunciados por homicídio doloso por motivo torpe, meio cruel, emboscada e feminicídio. José e Regiane estão presos desde 2019 e o processo tramita sob sigilo.
Horror no Tiradentes - Réu confesso do brutal feminicídio de Carla Santana Magalhães, Marcos André Vilalba Carvalho, 22 anos, vai júri popular no dia 13 de agosto. A decisão do juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, foi anexada ontem ao processo.
Desta forma, o acusado vai se sentar no banco dos réus para ser julgado por homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, estupro, vilipêndio (violentada após a morte) e ocultação de cadáver.
Carla Santana Magalhães, 25 anos, desapareceu na noite de 30 de junho do ano passado, no Bairro Tiradentes, em Campo Grande. A busca terminou em 3 de julho, num cenário trágico: o cadáver da jovem apareceu nu, na calçada de um bar, na mesma rua onde ela desapareceu.
No dia 19 de julho, Marcos foi abordado por policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar, que encontraram vestígios de sangue dentro da quitinete. Responsável pela investigação, a equipe da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) foi ao local e efetuou a prisão.
Em todo o tempo que foi ouvido, o assassino deu apenas uma suposta motivação: o fato de Carla não tê-lo cumprimentado durante encontro na rua de casa. Somente em juízo, Marcos admitiu o estupro. Ele está preso no Instituto Penal de Campo Grande.